Câmbio, crime e corrupção são os principais obstáculos à confiança internacional, afirma Mauricio Claver-Carone em evento em Nova York
Por Clara Lopes
Nova York, 14 de Maio – Durante um evento realizado nesta semana em Nova York, Mauricio Claver-Carone, ex-presidente do BID e enviado especial do governo Trump para assuntos da América Latina, fez duras críticas ao ambiente de negócios no Brasil. Segundo ele, três fatores centrais afastam investidores norte-americanos do país: câmbio, crime e corrupção — os chamados “três C”.
Câmbio instável lidera lista de preocupações
De acordo com Claver-Carone, o câmbio volátil é o principal obstáculo. “A imprevisibilidade da moeda brasileira tem levado fundos internacionais a abandonar o país”, alertou. Para investidores estrangeiros, a falta de estabilidade cambial compromete projeções e eleva riscos de perdas.
Crime organizado gera insegurança e cooperação bilateral
O segundo entrave é o avanço do crime organizado no Brasil, especialmente a atuação de facções como o PCC e o Comando Vermelho. Claver-Carone destacou que os Estados Unidos vêm mantendo cooperação ativa com o governo brasileiro para conter o tráfico internacional e as redes criminosas transnacionais.
Corrupção ainda compromete a imagem do país
Por fim, o enviado americano apontou a corrupção sistêmica como o terceiro grande desafio. Apesar dos avanços institucionais registrados após a Operação Lava Jato, ele afirmou que a desconfiança ainda persiste entre os investidores internacionais, prejudicando o ambiente de negócios.
Além dos “três C”, Claver-Carone fez um alerta estratégico: a economia brasileira tem baixa visibilidade no exterior, o que, segundo ele, agrava o distanciamento dos grandes fundos globais. “É preciso comunicar melhor o potencial do Brasil ao mundo”, sugeriu.
As declarações reforçam um sinal de alerta para a diplomacia econômica brasileira, num momento em que o país busca retomar protagonismo global e atrair investimentos sustentáveis.