Empresário ou triatleta? A metáfora da alta performance para liderar empresas

Assim como no triatlo, liderar um negócio exige resistência, planejamento e domínio de múltiplas frentes ao mesmo tempo

Resistência, ritmo e transição. Esses três elementos definem a essência de um triatleta. Curiosamente, também moldam o cotidiano de empresários brasileiros que atuam simultaneamente nos níveis estratégico, tático e operacional. 

Para Marcus Marques, especialista em gestão empresarial e fundador do Grupo Acelerador, a metáfora esportiva ajuda a explicar o que é liderar um negócio de maneira estruturada e sustentável. “Um triatleta não pode ser excelente só na corrida ou na natação. Ele precisa ser completo. O empresário também”, aponta.

De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), 68% das empresas brasileiras de médio porte que apresentaram crescimento sustentado nos últimos três anos possuem estruturas de liderança bem definidas e distribuídas. No entanto, essa não é a realidade da maioria. Segundo levantamento da The Alternative Board, 68,1% dos donos de negócios gastam seu tempo em tarefas operacionais, e apenas 31,9% conseguem se dedicar ao planejamento e decisões estratégicas.

Marques enxerga nesse desequilíbrio um dos maiores gargalos para a escalabilidade das empresas. “O empresário brasileiro, assim como um triatleta mal treinado, costuma se desgastar no início da prova e não consegue chegar ao fim com força. Isso acontece porque ele tenta fazer tudo sozinho, atuando ao mesmo tempo em três frentes distintas sem estrutura nem clareza sobre onde deveria estar”, destaca.

Três frentes, três funções distintas

Na analogia com o triatlo, natação, ciclismo e corrida, cada etapa exige preparação e mentalidade específicas. Nas empresas, o paralelo aparece nos três níveis de liderança:

  • Estratégico: define o caminho e prepara o futuro (semelhante ao início da prova, onde é preciso visão e planejamento);
  • Tático: transforma planos em ações e coordena o time (como o trecho intermediário de uma prova, exigindo ritmo e ajustes);
  • Operacional: garante a execução e o resultado final (o sprint decisivo para cruzar a linha de chegada).

“Muitos empresários querem crescer, mas estão presos na rotina do dia a dia, sem tempo para pensar o negócio. Isso é como um atleta que não treina transição entre as modalidades: ele perde minutos preciosos por não ter clareza de função”, explica Marques.

Assim como no esporte de alta performance, liderar exige mais do que esforço e sim  preparo, clareza de papéis e método. Para o fundador do grupo, o segredo está em desenvolver lideranças em todos os níveis da empresa. “O empresário precisa parar de acreditar que estar envolvido em tudo é sinal de controle. Quando ele entende o valor da delegação e da liderança distribuída, ganha fôlego para pensar o negócio com mais estratégia”, defende.

Os dados confirmam essa percepção. Estudo da FGV mostra que empresas com programas estruturados de desenvolvimento de lideranças apresentam, em média, 20% mais eficiência operacional e 35% menos rotatividade de talentos.

Mais do que técnica, mentalidade

Para Marques, a alta performance empresarial começa com uma mudança de mentalidade. “Empreender não é só correr atrás do próximo cliente ou apagar incêndio. É sobre saber em que momento acelerar, onde investir energia e, principalmente, quando é hora de parar, olhar o todo e mudar o plano”, pontua.

A metáfora do triatleta não se encerra na analogia esportiva, mas serve como provocação: quem lidera está preparado para todas as fases da prova? Está nadando contra a corrente, pedalando sem rumo ou correndo para entregar sem clareza de destino? “A gestão exige treino. E, como no triatlo, o que diferencia os vencedores não é o talento isolado, mas a disciplina de executar com constância e consciência”, finaliza Marques.

Sobre Marcus Marques

Marcus Marques é empresário há mais de 20 anos e principal referência em gestão e aceleração de pequenas e médias empresas no Brasil. Fundador e CEO do Grupo Acelerador, já impactou mais de 250 mil empresários em eventos, palestras e imersões.

Com mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, lidera o programa Acelerador Empresarial,  que formou milhares de empresários em mais de 70 turmas e a comunidade Giants, com mais de 800 membros.

É sócio em mais de dez empresas que, juntas, empregam mais de 750 colaboradores. O Grupo Acelerador, que une educação corporativa e participações societárias, alcançou valuation de R$729 milhões e mira R$1 bilhão até 2027.

A nova sede do grupo tem 5.000 m2 e está avaliada em mais de R$ 90 milhões. Já a Tour Acelera Brasil passou por mais de 50 cidades e atraiu mais de 30 mil participantes.

Mais informações: @marcusmarquesoficial.