O episódio de violência com o ex-deputado Roberto Jefferson, o uso desenfreado de desinformação e a hesitação de Jair Bolsonaro em defender as instituições voltam a acender o alerta de governos estrangeiros sobre o potencial caos que pode tomar conta do Brasil, no momento de definição da eleição presidencial no país.
Para alguns dos representantes estrangeiros, não está descartado um cenário de repetição dos incidentes nos EUA, quando apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio.
Embaixadas estrangeiras em Brasília têm reportado às suas capitais um clima de “tensão máxima” e apontam que a semana será decisiva. Alguns elementos chamaram a atenção: a capacidade de mobilização de apoiadores para situações de confronto com forças de ordem, a interferência do Executivo em assuntos que deveriam estar restritos à Justiça, os ataques ao STF e a influência decisiva das operações de desinformação.
Alguns desses pontos foram os ingredientes decisivos para os ataques contra o Congresso americano, em 6 de janeiro de 2021, e que chacoalharam com a democracia americana.
Diplomatas relataram à reportagem que, depois do final do primeiro turno, chamou a atenção a intensificação da ofensiva de desinformação, principalmente do lado bolsonarista. A esperança de que as instituições pudessem lidar com tal fenômeno se desfez diante da onda de mentiras que assolou as redes sociais.