Parlamentar do partido Novo se envolveu em polêmica ao fazer declaração durante votação sobre reajuste de servidores municipais. Com patrimônio milionário, ela está em seu segundo mandato.
A vereadora Cris Monteiro (Novo), de 63 anos, voltou aos holofotes da política paulistana após uma declaração polêmica feita nesta terça-feira (29), durante uma sessão na Câmara Municipal de São Paulo. Ao ser interpelada por sindicalistas presentes no plenário, Cris se referiu a si mesma como “mulher branca, bonita e rica” e completou dizendo que esse perfil “incomoda”. A fala causou imediata reação de parte dos presentes e de outros parlamentares.
A frase foi dita em meio à votação do projeto de reajuste dos servidores municipais, o que acirrou ainda mais os ânimos da sessão. A vereadora Luana Alves (PSOL) protocolou uma representação na Corregedoria da Casa, solicitando providências e apontando que a fala foi “provocativa, elitista e desrespeitosa” no contexto da discussão.
Perfil de Cris Monteiro
Economista de formação, Cris Monteiro fez carreira no mercado financeiro antes de ingressar na vida pública. Filiada ao partido Novo, sua atuação política é marcada por um discurso liberal clássico, com defesa de reformas administrativas, gestão técnica e redução do tamanho do Estado.
Ela foi eleita pela primeira vez em 2020, com 18.085 votos. Já em 2024, obteve um crescimento expressivo, sendo reeleita com 56.904 votos, quase o triplo da votação anterior, o que a consolidou como um dos nomes mais influentes do partido na Câmara Municipal de São Paulo.
Patrimônio milionário e posição no ranking de vereadoras mais ricas
Cris também se destaca por estar entre as parlamentares com maior patrimônio da Casa. Segundo dados da Justiça Eleitoral, ela declarou R$ 16 milhões em bens, valor que se manteve estável desde sua primeira candidatura, em 2018, quando concorreu a deputada estadual. Na ocasião, obteve mais de 23 mil votos, mas não se elegeu.
A polêmica da frase
A frase “mulher branca, bonita e rica incomoda” foi dita por Cris como resposta a críticas e vaias de servidores públicos e sindicalistas que acompanhavam a votação. Segundo ela, sua postura e seu perfil pessoal despertam incômodo em parte da população. A fala, porém, foi considerada por muitos como insensível e deslocada, especialmente diante de um debate que envolvia pautas salariais de trabalhadores do setor público.
A fala viralizou nas redes sociais e dividiu opiniões. Enquanto alguns apoiadores defenderam a sinceridade e a postura firme da vereadora, outros classificaram o comentário como elitista, desnecessário e provocativo.
Repercussão e próximos passos
A Corregedoria da Câmara deve analisar a representação apresentada contra a vereadora. A depender do entendimento do colegiado, Cris pode ser advertida, suspensa ou, em último caso, ter o mandato cassado — embora, na prática, medidas mais brandas sejam mais prováveis diante do histórico da Casa em casos semelhantes.
Até o momento, Cris Monteiro não se retratou publicamente, mas reafirmou em entrevistas que não se arrepende da declaração. Segundo ela, o comentário foi uma resposta “espontânea” à hostilidade recebida e não teve intenção ofensiva.
A polêmica reacende o debate sobre o tom do discurso político e os limites entre liberdade de expressão, provocação e respeito institucional. No centro disso tudo, uma vereadora que não esconde seu perfil — e que agora divide a opinião pública entre admiradores e críticos.