Covid-19: com alta na transmissão, Saúde do DF incentiva vacinação

Segundo secretaria, mais de 1 milhão de pessoas não completaram ciclo vacinal em Brasília. ‘Isso deixa o DF frágil’, diz Fabiano dos Anjos, diretor de Vigilância Epidemiológica.

A Secretaria de Saúde (SES-DF) orienta a população do Distrito Federal que ainda não completou o ciclo de vacinação contra Covid-19 a procurar o quanto antes um posto de vacinação. Segundo a pasta, com alta na transmissão do vírus e parte da população desprotegida, há espaço para introdução de uma nova variante da doença.

Passados quase dois anos desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal, ainda há mais de 1 milhão de pessoas sem o ciclo completo de imunização, segundo Fabiano dos Anjos, diretor da Vigilância Epidemiológica da SES-DF.

A taxa de transmissão no Distrito Federal chegou a 1,07 na sexta-feira (14), o que indica que cada 100 pessoas infectadas podem transmitir a doença para outras 107, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A última vez que a capital federal registrou taxa tão alta foi em 30 de junho, ou seja, há mais de 100 dias.

“Termos um RT [taxa de transmissão) que avança para acima de 1 demonstra a necessidade de o DF estar preparado e protegido para a introdução de uma nova variante. Temos mais de meio milhão de pessoas que não retornaram para tomar a segunda dose. Isso deixa o DF frágil e, por isso, é importante manter a alta cobertura vacinal” , alerta Fabiano.

Até sexta esta sexta-feira (14), 2.549.271 pessoas (88,4% da população) tinham tomado a primeira dose. Entretanto, nas demais etapas, está abaixo do necessário para garantir a proteção da população. Veja gráfico abaixo:

  • 2.401.986 (84,5%) tomaram a segunda dose;
  • 1.471.553 (54%) a primeira dose de reforço;
  • 583.775 (36,8%) retornaram os postos para tomar a segunda dose de reforço e completar o esquema.

Segundo Fabiano dos Anjos, estima-se que há, na capital federal, entre 150 e 180 mil pessoas sem nenhuma dose do imunizante, o equivalente a 6% da população do DF.

“São pessoas que não se vacinaram, simplesmente porque não querem. O fato de a pessoa não completar o esquema vacinal é como se ela estivesse abrindo uma janela para o vírus”, analisa.

Festividades

Fabiano dos Anjos chama a atenção para o aumento da circulação de pessoas e, consequentemente, da circulação do vírus, devido à proximidade da Copa do Mundo e das festividades de fim de ano como o Natal e Ano Novo.

Segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica da SES-DF, as pessoas que não se vacinaram ou não completaram o ciclo de imunização acabam sendo responsáveis, não apenas por espalhar o vírus, mas também contribuem na introdução de novas variantes ou cepas.

“Embora possa se apresentar com menos gravidade nas pessoas, o vírus vai realizando mutações e pode fazer com que surja uma variante que consiga ter uma capacidade maior de driblar o sistema imunológico. Isso é uma preocupação da Secretaria de Saúde”, diz.