Os pulsos magnéticos invertem a direção de sinais anormais do cérebro, ajudando no tratamento de depressão grave. Fluxo trocado da atividade neural pode ser considerado um indicador da doença
Poderosos pulsos magnéticos aplicados no couro cabeludo para estimular o cérebro podem trazer alívio rápido para muitos pacientes gravemente deprimidos, para os quais os tratamentos padrão falharam. Contudo, ainda é um mistério exatamente como a estimulação magnética transcraniana (EMT), como a terapia é conhecida, muda o cérebro para melhorar o problema. Agora, uma pesquisa liderada por cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu que ela funciona invertendo a direção dos sinais anormais do cérebro.
As descobertas também sugerem que fluxos inversos de atividade neural entre áreas-chave do órgão podem ser usados como um biomarcador para diagnosticar a depressão.
No estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), Mitra se uniu a Nolan Williams, professor de psiquiatria e ciências comportamentais, cuja equipe avançou no uso da estimulação magnética personalizada. O tratamento aprovado pela Food and Drug Administration, conhecido como Terapia de Neuroestimulação de Stanford (TNS), incorpora tecnologias avançadas de imagem para orientar a estimulação com padrões de alta dose de pulsos magnéticos que podem modificar a atividade cerebral relacionada à depressão maior.
Em comparação com a EMT tradicional, que requer sessões diárias durante várias semanas ou meses, a TNS funciona em um cronograma acelerado, durante apenas cinco dias.
Os pesquisadores recrutaram 33 pacientes diagnosticados com transtorno depressivo maior resistente ao tratamento. Vinte e três receberam a TNS e 10, um tratamento simulado que imitava tecnologia, mas sem, de fato, a estimulação. Os cientistas compararam os dados dessas pessoas com os de 85 controles sem depressão.