Cenário da decisão é de escândalo sobre plágio e questões de antissemitismo
A presidente de Harvard, Claudine Gay, anunciou nesta terça-feira (2) que está deixando o cargo em meio a uma tempestade de controvérsias na universidade.
Ela está renunciando a apenas seis meses de sua presidência — o mandato mais curto da história de Harvard. Ela foi a primeira presidente negra e a segunda mulher a liderar a instituição.
Gay foi prejudicada, em parte, por suas respostas em uma audiência no Congresso no mês passado, bem como por um escândalo de “plágio” em andamento. Na audiência da Câmara, ela e outros reitores de universidades foram criticados por não dizerem explicitamente que os apelos ao genocídio do povo judeu constituíam bullying e assédio no campus.
Harvard também anunciou recentemente que Gay planejava enviar correções à sua tese de doutorado de 1997 para corrigir casos de “citação inadequada”. Harvard não usou a palavra “plágio” em sua revisão e disse que os erros anteriores de Gay não constituíam uma ofensa punível de acordo com suas regras de má conduta em pesquisa.
Ao anunciar sua renúncia em um e-mail endereçado à comunidade de Harvard, Gay disse que “não foi uma decisão fácil” e que deixar o cargo “tem sido muito difícil”.
Gay escreveu que consultou os conselhos administrativos de Harvard depois que ficou claro que sua renúncia seria “no melhor interesse de Harvard”.
Ela mencionou as acusações de plágio e a reação ao seu testemunho durante uma audiência sobre antissemitismo, dizendo que tem sido “assustador estar sujeita a ataques pessoais e ameaças alimentadas por animosidade racial”.
A Harvard Corporation, o mais alto órgão administrativo da universidade, agradeceu a Gay por seu compromisso e liderança. A corporação disse que Gay “acredita apaixonadamente na missão de educação e pesquisa de Harvard”, e é “grata pelas contribuições extraordinárias que ela fez”.
Embora não seja mais presidente, ainda fará parte do corpo docente com apoio da corporação em dezembro, após a consequente audiência no comitê da Câmara.
Alan M. Garber, que atualmente atua como reitor e diretor acadêmico de Harvard, assumirá o cargo de presidente interino, informou a Harvard Corporation. A corporação disse que a busca por um novo presidente “começará no devido tempo”, mas não especificou um cronograma exato.