A tensão diplomática entre China e Estados Unidos voltou a subir nesta terça-feira (8), após declarações do secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, durante visita ao Panamá, sugerindo que o governo chinês interfere na operação do Canal do Panamá. Em resposta, a embaixada da China no país centro-americano publicou nota firme rejeitando as acusações e acusando os EUA de praticarem uma política de “chantagem” e “desapropriação”.
“A China nunca participou da gestão nem da operação do canal do Panamá, nem interferiu nos assuntos da via”, afirmou a missão diplomática chinesa em comunicado oficial.
⚠️ O que está em jogo?
As declarações de Hegseth ocorrem em um momento de crescente disputa de influência entre as duas potências globais na América Latina, especialmente sobre rotas estratégicas como o Canal do Panamá, por onde transita cerca de 6% do comércio mundial.
Durante sua visita, o chefe do Pentágono afirmou que o governo Trump “não permitirá que a China coloque em risco a operação do canal”, insinuando que Pequim estaria tentando ampliar sua presença na região por meio de investimentos e acordos comerciais.
🇵🇦 Panamá no centro de uma disputa global
Desde que transferiu o controle do canal ao Panamá em 1999, os EUA mantêm forte interesse estratégico sobre sua gestão. Já a China, nas últimas duas décadas, tem ampliado sua atuação econômica na América Latina, o que alimenta a percepção de que estaria disputando a influência norte-americana no continente.
A embaixada chinesa reagiu com veemência à fala de Hegseth, classificando-a como “irresponsável e infundada” e apelando para que Washington abandone posturas intervencionistas:
“Instamos os EUA a cessarem a chantagem e a desapropriação contra o Panamá”, diz o texto.
🔍 Antecedentes e contexto geopolítico
A visita de Pete Hegseth ao Panamá é a segunda de um alto funcionário do governo Trump ao país desde janeiro. A Casa Branca tem sinalizado o desejo de “recuperar” o controle estratégico sobre o canal, sugerindo que a influência chinesa representa risco à segurança hemisférica — narrativa que Pequim rejeita categoricamente.
O embate se insere em uma disputa mais ampla entre os dois países por espaço diplomático, tecnológico e comercial em regiões antes dominadas quase exclusivamente pela influência dos EUA.
🌐 O que vem a seguir?
A retórica acalorada em torno do canal coloca o Panamá em posição delicada — como ator central em uma rota global, mas também como território em disputa simbólica e estratégica entre gigantes.
Enquanto isso, o governo panamenho mantém silêncio oficial sobre o embate, tentando equilibrar relações diplomáticas com ambos os lados. Nos bastidores, cresce a pressão para que o país defina com mais clareza seu alinhamento geopolítico.