China abre as portas: brasileiros poderão entrar sem visto por até 30 dias

Medida entra em vigor em 1º de junho e vale para turismo, negócios, intercâmbio e visitas a familiares. Isenção é válida até maio de 2026, em caráter experimental.

Por Clara Lopes

Brasília, 15 de Maio – Em um gesto que aproxima o Brasil do coração pulsante do Oriente, a China anunciou nesta quinta-feira (15) a isenção de visto para brasileiros que pretendem visitar o país por até 30 dias. A medida, que entra em vigor a partir de 1º de junho, abrange viagens de turismo, negócios, visitas a familiares e amigos, intercâmbio ou simples trânsito.

O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, durante coletiva de imprensa. A política, em caráter experimental, valerá até 31 de maio de 2026. Após esse período, Pequim avaliará se a isenção será prorrogada ou revista.

Além do Brasil, a medida contempla outros quatro países latino-americanos: Argentina, Chile, Peru e Uruguai.

Uma diplomacia que fala por gestos

A decisão ocorre dois dias após a abertura do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), evento sediado em Pequim e que contou com a presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silvae outros chefes de Estado da região. Durante seu discurso, o líder chinês Xi Jinping anunciou que concederia o benefício a cinco nações latino-americanas — sem nomeá-las, até então.

A isenção de visto representa mais do que uma simples facilidade burocrática: é um aceno simbólico de aproximação entre dois gigantes do Sul Global. Um convite aberto para o estreitamento de laços comerciais, culturais e afetivos entre as nações.

Impactos imediatos e novas rotas

Para o setor de turismo e intercâmbio, a notícia é recebida com entusiasmo. Estudantes, empreendedores e curiosos poderão experimentar de perto uma das civilizações mais antigas do mundo, sem a barreira do processo consular.

Com a medida, a China se soma a um número crescente de países que enxergam no Brasil não apenas um parceiro econômico, mas um emissário cultural, capaz de levar e trazer experiências, negócios e olhares.