Calor e fogo: “A gente está assustado”, afirma presidente do Ibama

Há um alerta amarelo em decorrência da baixa umidade na região mais central do Brasil, de São Paulo ao norte do Piauí

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que o Brasil tem passado por um período de extremos climáticos e que a situação dos incêndios não deve ser normalizada até meados de outubro.

“Como estou te dizendo, é previsão, é uma situação extrema. A La Niña já era para estar operando no sistema, já era para a gente estar em outra situação. Nesta semana, a frente fria deve durar até quarta-feira [28/8], mas já está entrando uma nova onda de calor, então a gente está bastante assustado com isso, inclusive porque uma nova onda de calor está se formando com muita força e deve ser sentida no Brasil inteiro a partir de quarta-feira”, indicou o presidente do Ibama.

O fenômeno climático La Niña, responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacifico, estava previsto para começar no segundo semestre deste ano, em meados de julho e agosto.

Segundo o presidente do Ibama, o aumento dos incêndios no Brasil decorre de uma soma de situações extremas, desde o calor elevado até a baixa umidade do ar. “É uma mistura de condições meteorológicas extremas – seca extrema, calor extremo, baixa umidade, ondas de calor muito intensas – com uma outra situação, que é a ideia da cultura do fogo, a cultura de as pessoas saírem colocando fogo em tudo.”

O Brasil registrou 107.133 focos de calor de 1º de janeiro a 25 de agosto. Esse número representa um aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme divulgou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).