Era 1888 quando a pernambucana Josephina Álvares de Azevedo escreveu essa frase em seu jornal, “A Família”. Ela foi uma das primeiras sufragistas do Brasil —movimento feminino pelo direito ao voto— e morreu sem ver a conquista dos direitos pelos quais lutou. Apenas em 1932 as mulheres foram autorizadas a participar da vida política do Brasil.
Desprezando o período da ditadura militar (entre 1964 e 1985), há pouco mais de 30 anos de direitos igualitários para homens e mulheres nas eleições brasileiras. Atualmente, a taxa de representação feminina no Congresso brasileiro é de apenas 15% dos parlamentares, sendo que as mulheres constituem 52,8% do eleitorado brasileiro.
Uma estimativa levando em consideração esse percentual, feita a partir de cálculo proporcional, leva à assustadora conclusão de que, para chegar à paridade de gênero na Câmara dos Deputados e no Senado, o Brasil levará mais 120 anos. Seriam 254 anos após Josephina escrever sobre o tema em seu jornal.