Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil do DF na penitenciária de Rondonópolis e em uma casa, em Várzea Grande. Mensagens de celular mostram ação dos criminosos que se passavam por médicos.
A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (21), contra uma organização criminosa de Mato Grosso que, de dentro da Penitenciária de Mata Grande, em Rondonópolis, aplicava golpes em parentes de pacientes internados em, pelo menos, um hospital particular de Brasília. Os investigados são dois presos e uma mulher, que mora em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
Um dos crimes ocorreu em junho passado, no hospital São Francisco, em Ceilândia, e foi denunciado à polícia quando a família de um doente percebeu a tentativa de estelionato. O hospital disse que colabora com as investigações (saiba mais abaixo).
Segundo o delegado da Thiago Boeing, da 19º DP, os golpistas se passavam por médicos para pedir dinheiro a mais pelo tratamento (veja mensagens abaixo).
“Eles diziam que o paciente tinha piorado o estado de saúde, porém, que o plano de saúde tinha se negado a pagar pelo procedimento e que, se não fosse feito o procedimento, a pessoa correria risco de vida”, conta o delegado.
Segundo a investigação, os criminosos faziam ligações telefônicas para o quarto dos pacientes e criavam um pretexto para obter informações sobre o doente. Depois, com os dados obtidos por meio dos próprios familiares, eles aplicavam o golpe.
Ainda de acordo com a polícia, o grupo era chefiado por um homem que cumpre pena na penitenciária de Rondonópolis e foi condenado por homicídio. Um segundo preso participava do golpe, assim uma mulher, que mora no município de Várzea Grande e emprestava a conta bancária para o recebimento do dinheiro extorquido das vítimas.
Nas buscas dentro do presídio, em Mato Grosso, os policiais do Distrito Federal apreenderam anotações que, segundo os investigadores, comprovam que os presos são ligados a uma facção criminosa que ficava com parte dos lucros obtidos por meio do golpe.
Os policiais também apreenderam celulares e documentos que serão periciados para identificar a participação de cada um dos envolvidos, além do total de vítimas. O grupo pode responder por extorsão, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O que diz o hospital
O Hospital São Francisco, de Ceilândia, disse que orienta os pacientes, acompanhantes e funcionários sobre esse tipo de golpe. O hospital informou ainda que usa um sistema que “trava” ligações externas e que colabora com as investigações da Polícia Civil.