*Tiago Monteiro, Fundador e CEO Global da PTC Group
A Indústria 4.0, também conhecida como a Quarta Revolução Industrial, está redesenhando a forma como vivemos, trabalhamos e até mesmo nos relacionamos. O Brasil está se despertando para possibilidades e oportunidades geradas através de bilhões de pessoas e máquinas conectadas em tempo real, dando poder de processamento e conhecimento sem precedentes.
Segundo informações divulgadas pela consultoria International Market Analysis Research and Consulting (IMARC), o segmento atingiu nacionalmente US$ 1,77 bilhão em 2022, representando uma taxa de crescimento de 18,8%, em comparação com 2017. A previsão final é que o nicho chegue a US$ 5,62 bilhões até 2028.
Na prática, o Brasil está entre os países que contam com iniciativas favoráveis à adoção dessa revolução. Tanto os subsídios, quanto os incentivos fiscais e programas de financiamento concedidos pelo governo, contribuem para que esse movimento se torne mais acessível. É impressionante a quantidade de oportunidades tecnológicas que permeiam várias áreas: inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IOT), veículos autônomos, impressão 3D, nanotecnologia, biotecnologia, ciência dos materiais, armazenamento de energia, entre outras, que ainda estão em fase inicial e têm o potencial de amplificar umas às outras, integrando tecnologias dos mundos físico, digital e biológico.
Antes de pensar em investir em equipamentos, é crucial entender que a quarta revolução não se trata somente de sistemas e máquinas inteligentes conectadas. Baseada na revolução digital, ela é caracterizada por sensores poderosos e cada vez mais baratos, inteligência artificial e aprendizado de máquina (machine learning) com capacidade de fusão das tecnologias e interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos.
Um bom caminho inicial seria realizar uma avaliação da maturidade de seus processos a fim de não realizar a digitalização e coleta de dados poluídos, bem como avaliar e desenvolver a qualificação da equipe, cultura de inovação da organização, infraestruturas de TI e demais impactadas.
A implementação deve seguir um plano estruturado com um mapeamento dos processos atuais da empresa, permitindo identificar onde a digitalização pode trazer mais vantagens. A escolha dos recursos tecnológicos adequados deve ser feita com base nessa análise, priorizando aquelas que melhor se adequam às necessidades específicas da companhia. A qualificação da equipe é outro passo essencial, garantindo que os funcionários estejam preparados para operar e manter as novas tecnologias. A integração dessas novas ferramentas com os sistemas existentes também requer atenção, para evitar interrupções na produção e assegurar que tudo funcione de maneira harmoniosa. Por fim, o monitoramento constante e ajustes são necessários, visto que essa transformação é um processo contínuo de melhoria e adaptação.
A realidade da ruptura e da inevitabilidade do impacto traz uma mudança de questão para todas as indústrias de “Haverá ruptura em minha empresa?” para “Quando e como ela irá afetar a mim e minha organização”.
Essa revolução permite o crescimento sustentável e inovação contínua nos negócios. “Se a mudança no lado de fora de sua empresa for mais rápida que a do lado de dentro, o fim está próximo” Jack Welch. Pense nisso!
Formado em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal, Tiago está há mais de 19 anos nesse mercado, onde chegou a atuar como designer e consultor de Engenharia de Produtos. Atualmente, o executivo é fundador da PTC Group, empresa que fornece soluções de serviços ágeis e de alto desempenho, conectando talentos a desafios de engenharia e tecnologia de seus clientes.