Nelson Piquet fez a escolha dele após a repercussão mundial das barbaridades que disse sobre Lewis Hamilton. A decisão foi tentar negar o que o mundo viu
Após a espiral de denúncias sobre as afirmações de cunho racista e homofóbico de Nelson Piquet contra Lewis Hamilton, o ex-piloto teve tempo para fazer uma nova declaração de desculpas, desta vez mais coerente com a realidade que a da semana passada, quando colocou a culpa do repúdio internacional na tradução. Mas Piquet não fez isso. Pelo contrário, preferiu reforçar que não falou nada de errado e até afirmou que as críticas são para atacar o presidente do Brasil.
Em entrevista conduzida em novembro do ano passado num canal do YouTube chamado ‘Motorsports Talks’, desde então zerado deste vídeo e de qualquer outro, Piquet se referiu a Hamilton diretamente como ‘neguinho’. O trecho inicial rodou o mundo e fez a Fórmula 1 decidir que baniria Nelson do paddock para sempre. Dias depois, o GRANDE PRÊMIO encontrou um novo trecho. Nele, Piquet volta a se referir com a ofensa de cunho racista ao maior campeão da história da Fórmula 1 e ainda conclui que Nico Rosberg, “um bosta” como o pai, Keke Rosberg, só ganhou o título mundial de 2016 porque “o neguinho devia estar dando mais cu”.
Sempre que se refere a Hamilton, Piquet trata como ‘o neguinho’. Algo que, apesar de dizer que é linguagem corriqueira no Brasil para se referir a uma pessoa ou uma população de maneira genérica, não usa para identificar nenhum outro piloto.
Mesmo assim, em entrevista concedida à ‘Motorsport Magazine’ enquanto participava do Le Mans Classic, no último fim de semana, tratou como “papo furado”.
“É tudo papo furado, não sou racista. Não tem nada, nada de errado no que eu disse. O que eu disse foi um termo bem tranquilo – nós até usamos para alguns dos nossos amigos brancos”, reiterou. Mais uma vez, deixou de lado o fato de que tratou apenas Hamilton desta forma de maneira direcionada.
Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio / Grande Prêmio