Acordo de ministros agora segue para Parlamento
O conselho de ministros do Ambiente da União Europeia anunciou que chegou a um acordo nesta quarta-feira (29) sobre um pacto de medidas verdes para lutar contra as mudanças climáticas, chamado de “Fit for 55”, e concordaram em proibir a venda de veículos com motor a combustão até 2035 e reduzir a zero as emissões.
A medida tem o objetivo de atingir os objetivos climáticos da Europa, em particular na neutralidade de carbono, até 2050.
E, sob pedido de alguns países como Alemanha e Itália, o conselho concordou em dar autorização para o uso de tecnologias alternativas, como combustíveis sintéticos ou híbridos recarregáveis que sejam capazes de atingir a completa eliminação das emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Após a reunião, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, afirmou que o objetivo de zerar emissões é algo “que os carros híbridos de hoje não conseguem atingir, mas se os construtores pensarem que podem fazer isso, vamos ver”. Ainda conforme o representante, uma nova avaliação sobre o tema dos carros híbridos será realizada em 2026.
No entanto, para Timmermans, “a esmagadora maioria dos construtores na Europa e no mundo já fez sua escolha pelos carros elétricos” e a ideia de ter “combustíveis sintéticos não parece uma possibilidade real por conta dos custos proibitivos”.
Os ministros, que estavam reunidos em Luxemburgo, ainda aprovaram uma isenção de cinco anos das obrigações sobre a emissão de CO2 para os chamados “produtores de nicho”, ou seja, as empresas que produzem menos de 10 mil veículos por ano, até o fim de 2035. Chamada de “emenda Ferrari”, a medida beneficiará as marcas de luxo, que têm produção mais limitada de veículos.
Agora, o acordo firmado pelos 27 ministros dos Estados-membros será enviado e passará por negociações no Parlamento Europeu.
O governo italiano porém, não conseguiu emplacar algumas propostas, como a prorrogação do prazo até 2040.
“O compromisso atingido na madrugada entre os países da UE sobre o pacote do clima, com a proibição da venda de veículos a gasolina e diesel até 2035, não pode ser de nossa plena satisfação para um grande país produtor de componentes como é a Itália. Mas, é seguramente um passo adiante”, disse o vice-ministro de Desenvolvimento Econômico, Gilberto Pichetto