Partido denuncia “bunker” de comunicação custeado pela agência para promoção de pré-candidato ao governo e aponta salto de R$ 398,7 mil para R$ 9,6 milhões em gastos publicitários
Brasília — O MDB‑DF protocolou nesta terça‑feira (18/11) uma notícia de fato junto à Procuradoria Regional da República no Distrito Federal pedindo que o Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o seu presidente, Ricardo Cappelli — pré‑candidato ao governo do DF — sejam investigados por suposto uso de recursos públicos com fins eleitorais. De acordo com a representação, a agência teria mantido um “bunker” de comunicação no Setor Comercial Sul, financiado com verbas públicas, para produção de conteúdo, engajamento em redes sociais e envio de mensagens a apoiadores.
O MDB‑DF afirma que existem denúncias de cobrança de metas diárias de engajamento, envolvimento de equipe sem formalização trabalhista e represálias contra membros da equipe, tudo voltado à promoção pessoal de Ricardo Cappelli. O partido solicita que o Ministério Público Federal (MPF) abra procedimento para apurar improbidade administrativa, peculato e outros possíveis crimes, com diligências cabíveis.
“Elevação abrupta” nos gastos
Segundo o MDB‑DF, os valores investidos em publicidade pela ABDI saltaram de aproximadamente R$ 398,7 mil em 2022 para R$ 9,6 milhões em 2025. A agência, por sua vez, contesta os números e afirma que desse total R$ 4 milhões referem‑se a 2024 e R$ 5,6 milhões a 2025, com contrato vigente de R$ 6,2 milhões renovado em agosto.
Investigação paralela no MPDFT
A senadora Damares Alves (Republicanos‑DF) também entrou com representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), solicitando investigação do uso da ABDI para favorecimento eleitoral de 2026. Em sua manifestação, a parlamentar afirmou que a agência é pública, integra o sistema federal de fomento à inovação e que seu desvio de finalidade constitui grave lesão à confiança nas instituições federais.
Defesa de Cappelli
Ricardo Cappelli rebateu as denúncias, acusando MDB‑DF e Damares Alves de “desviar o foco” para temas como os R$ 16 bilhões do Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master. Ele classificou os valores apontados de R$ 9,6 milhões em 2025 como “errados” e questionou a legitimidade da investigação.