Elon Musk descarta teoria alienígena sobre 3I/ATLAS, mas alerta: “poderia destruir a humanidade”

Em conversa com Joe Rogan, o CEO da SpaceX diz que o visitante interestelar é apenas um cometa — mas não nega o potencial destrutivo que um objeto desse tipo poderia ter

Elon Musk voltou a comentar sobre temas espaciais — e, desta vez, o foco foi o 3I/ATLAS, objeto interestelar detectado em julho de 2025. Durante participação no podcast The Joe Rogan Experience, exibido em 31 de outubro, o bilionário descartou a hipótese de que o corpo celeste seja uma nave alienígena, mas não deixou de lançar um alerta: “poderia destruir a maior parte da humanidade. Se não todos nós”, afirmou.

O 3I/ATLAS é o terceiro visitante interestelar confirmado já registrado por astrônomos, após o famoso ’Oumuamua(2017) e o cometa Borisov (2019). Sua velocidade, origem fora do Sistema Solar e trajetória de saída o tornaram objeto de fascínio — tanto para a ciência quanto para o imaginário popular.

Apesar da comunidade científica afirmar que o objeto é um cometa, a internet foi inundada por teorias de que o 3I/ATLAS seria uma espaçonave alienígena, ideia popularizada por alguns entusiastas e até por nomes como o físico Avi Loeb, de Harvard.

Durante o podcast, Joe Rogan questionou Musk diretamente sobre essas especulações. O fundador da SpaceX foi taxativo: “Se eu tivesse qualquer evidência de vida alienígena, você seria o primeiro a saber.” E completou: “É só um cometa. Ponto.”

“Mudança de curso” não é evidência alienígena, dizem especialistas

Rogan chegou a citar os argumentos de Loeb, que apontou uma aceleração não gravitacional no trajeto do 3I/ATLAS. Musk, porém, minimizou a questão, destacando que tais alterações são comuns em cometas e decorrem do chamado outgassing — a liberação de gases pela sublimação de gelo, o que altera levemente a trajetória.

O próprio IFLScience, site especializado em ciência e tecnologia, reforça que os dados do 3I/ATLAS não exigem interpretações extraordinárias: trata-se de um cometa que, ao se aquecer com a aproximação do Sol, passa por variações típicas de sua classe.

Ainda assim, Musk aproveitou para refletir sobre os perigos que corpos celestes podem representar:

“Se algo como o 3I/ATLAS estivesse em rota de colisão com a Terra, e fosse grande o bastante, isso poderia acabar com a maior parte da civilização. É por isso que precisamos de uma defesa planetária. E talvez de colônias em Marte.”

3I/ATLAS: cápsula do tempo galáctica

Para os cientistas, o 3I/ATLAS não é um artefato alienígena, mas uma cápsula do tempo vinda das profundezas da Via Láctea, possivelmente com bilhões de anos. Esses objetos oferecem pistas sobre a formação do universo e os processos químicos ocorridos em regiões remotas da galáxia.

Por ora, os telescópios ao redor do mundo seguem monitorando o visitante, que já se afasta em alta velocidade do Sistema Solar — e deve nunca mais voltar. Quanto à possibilidade de vida alienígena, Musk reforça: “Ainda estamos esperando provas. E o espaço é grande.”