Medidas lideradas pelos Estados Unidos e Austrália miram esquema bilionário de financiamento ao programa nuclear norte-coreano
A Coreia do Norte reagiu com dureza às novas sanções impostas pelos Estados Unidos contra indivíduos e entidades norte-coreanas, acusados de lavagem de dinheiro para financiar o programa de armas nuclearesdo regime de Pyongyang. As medidas foram classificadas como uma demonstração da “postura hostil” da Casa Branca em relação ao país asiático.
De acordo com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Kim Un-chol, esta é a quinta rodada de sanções contra o país desde que o ex-presidente Donald Trump assumiu o poder, evidenciando uma política norte-americana “incuravelmente fracassada” em relação à República Popular Democrática da Coreia (RPDC).
“As sanções não afetarão nossa política nuclear, mas serão lembradas como símbolo do fracasso americano”, declarou Kim, citado pela agência estatal KCNA.
Na terça-feira (4/11), o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que hackers norte-coreanos estariam envolvidos em esquemas que movimentaram mais de US$ 3 bilhões em ativos digitais, incluindo criptomoedas. O dinheiro seria destinado ao financiamento dos programas nucleares e de mísseis balísticos de Pyongyang.
Entre os alvos da nova leva de sanções estão os banqueiros Jang Kuk Chol e Ho Jong Son, acusados de operar fundos em nome do First Credit Bank, entidade que já se encontra sancionada.
“Hackers patrocinados pelo Estado norte-coreano roubam e lavam dinheiro para sustentar o programa nuclear do regime”, disse John K. Hurley, subsecretário do Tesouro norte-americano para Terrorismo e Inteligência Financeira.
Segundo o governo dos EUA, o regime de Kim Jong-un conta com uma vasta rede de instituições financeiras, representantes bancários e empresas de fachada em países como China, Rússia e Coreia do Norte, voltadas à evasão de sanções e à lavagem de ativos obtidos por meios ilícitos.
A ofensiva ganhou apoio internacional: nesta quarta-feira, a Austrália anunciou sanções financeiras e restrições de viagem a quatro entidades e um indivíduo conectados a atividades cibernéticas ilícitas em prol dos programas armamentistas norte-coreanos.
Em nota, o governo australiano reforçou que a decisão foi coordenada com os Estados Unidos e visa “responder a desafios persistentes à segurança internacional”, pressionando as redes ilegais de financiamento do regime.