Marcas como Bvlgari, Louis Vuitton e Louboutin investem em experiências sensoriais para se conectar emocionalmente com o consumidor do século 21
O luxo do futuro já não cabe em vitrines. Ele está no aroma do café servido com o monograma da marca, na arquitetura de um hotel com DNA italiano e na curadoria emocional que transforma um simples jantar em uma experiência memorável.
O mercado e os consumidores mostram: o luxo hoje não é apenas produto, é vínculo.
O caso Bvlgari: de joias a experiências
A italiana Bvlgari, nascida em 1884 como uma joalheria, hoje possui nove hotéis ao redor do mundo — o mais recente deles em Roma, sua cidade natal. Instalado em um edifício histórico na Piazza Augusto Imperatore, o Bvlgari Hotel Roma é um exemplo de como o luxo contemporâneo une história, design e sensações.
“A Sardenha não é apenas uma região, é uma cozinha à parte dentro da Itália”, disse o chef Roberto Serra em contexto semelhante — e a frase cabe aqui também. O luxo de hoje não é apenas uma marca: é um universo inteiro a ser vivido.
Produtos em queda, experiências em alta
Dados da consultoria Bain-Altagamma mostram que, em 2024, o mercado de bens de luxo pessoais caiu 2% — a primeira retração desde 2008 (desconsiderando a pandemia). Em contrapartida, cresce o número de marcas apostando em hospitalidade de luxo, com foco em vivências personalizadas.
Louis Vuitton, Ferragamo e Louboutin: o luxo à mesa
A Louis Vuitton já conta com mais de dez experiências gastronômicas ao redor do mundo — de cafés a restaurantes estrelados. Em 2023, o estilista Christian Louboutin inaugurou o Hotel Vermelho, em Melides, Portugal, reforçando a tendência.
Outras grifes como Ferragamo e Armani também apostam nesse caminho, transformando espaços físicos em pontos de contato afetivo com o consumidor.
O luxo que apaixona, não apenas fideliza
“O mercado de luxo não fideliza, ele apaixona”, afirma Manu Berger, especialista no setor.
Para ela, o luxo deixou de ser apenas sobre exclusividade e preço alto. Agora, o consumidor busca significado, propósito, valores e conexão emocional. Ele quer saber quem está por trás da marca, como ela produz, como se comunica e o que representa.
Transparência, storytelling e legado
A nova geração, hiperconectada e exigente, exige mais do que um bom acabamento: quer histórias, impacto social e posicionamento claro. “Antes, as marcas eram sutis. Hoje, precisam ser diretas”, explica Manu.
“O luxo começa quando conseguimos unir presente, passado e futuro. É isso que mantém uma marca viva e relevante”, completa.
No luxo, o invisível vale tanto quanto o visível
Do atendimento à arquitetura, do pós-venda ao ritual de compra, cada detalhe importa. O que sustenta uma marca em momentos de crise não é só o produto — é o vínculo emocional construído ao longo da jornada.
Em um mundo que busca autenticidade e experiências com significado, o futuro do luxo será menos vitrines e mais vivências. E isso já está acontecendo — basta olhar em volta.
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