Presos por morte de advogado revelam trajeto do crime pelo centro de SP

Suspeitos vagaram por pontos movimentados de São Paulo até encontrarem a vítima em Higienópolis; bens roubados incluíam um Rolex de R$ 94 mil

Depoimentos prestados à Polícia Civil de São Paulo revelam detalhes da rota percorrida pelos suspeitos envolvidos no roubo seguido de morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, assassinado na madrugada da última quarta-feira (1º/10), no bairro de Higienópolis, região central da capital.

Os quatro suspeitos — três presos temporariamente e um ainda não identificado — estavam, no início da noite de terça-feira (30/9), em um local de assistência social que fornece alimentação a pessoas em situação de rua, nas proximidades do Terminal Bandeira.

A partir dali, segundo a polícia, decidiram circular pelo centro em busca de alvos para roubo.


🗺️ Trajeto do crime: 2 km à procura de vítimas

Do Terminal Bandeira, o grupo seguiu a pé pela Avenida 23 de Maio até o Vale do Anhangabaú, mas não encontraram oportunidades de assalto. Em seguida, passaram pela Praça da República e depois pela Praça Roosevelt, também sem sucesso.

Somente por volta da 1h da madrugada, ao chegarem à Rua Itambé, em Higienópolis, encontraram o advogado embriagado e vulnerável, encostado em um poste. Dois dos quatro suspeitos teriam desistido da abordagem ao perceber a proximidade de uma guarita de segurança.

Imagens de câmeras mostram que apenas um casal se aproximou da vítima. O advogado resistiu ao assalto, foi empurrado, caiu e bateu a cabeça no chão. Após convulsionar, morreu antes da chegada da Polícia Militar (PM).


💰 Bens roubados e tentativa de venda

Após o crime, os suspeitos levaram um celular iPhone 8 e um relógio Rolex do advogado. O autor da ação afirmou à polícia que tentou vender o celular na região do Glicério, no bairro da Liberdade, e depois foi até uma loja da Rolex na Avenida Paulista, onde descobriu que o relógio era avaliado em R$ 94 mil.

Apesar das tentativas, segundo o depoente, os objetos não chegaram a ser vendidos. Ele, no entanto, não soube informar onde estavam os pertences da vítima.

A polícia confirmou que a localização do celular de Pacheco coincidia com o endereço onde os suspeitos foram detidos — o mesmo ponto de onde partiram para cometer o crime, próximo ao Terminal Bandeira.