Empresa canadense intensifica pedidos para pesquisar solo no Entorno do DF
Luziânia (GO), município de 278 anos e com passado marcado pela corrida do ouro, voltou ao foco da pesquisa mineral. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), a Kinross Brasil Mineração S/A, subsidiária da Kinross Gold Corporation, protocolou quase 100 requerimentos em menos de dois anos para estudar o solo de Luziânia — um volume que reacende o debate sobre a exploração de ouro no Entorno do DF.
Entre 2019 e 2023, a média de requerimentos de registro de licença na ANM oscilou entre 7 e 12 por ano, distribuídos entre várias empresas. Já em 2024, houve uma mudança de patamar: foram 78 pedidos, dos quais 67 partiram da Kinross. Em 2025, o ritmo arrefeceu, mas segue acima do histórico: de janeiro a setembro, a ANM contabilizou 29 solicitações, 20 delas da Kinross Brasil Mineração.
O avanço dos requerimentos indica forte interesse exploratório no município, mas é importante frisar que “pesquisa mineral” não é sinônimo de lavra: trata-se de etapas técnicas e legais para avaliar potencial geológico, que podem exigir licenciamento ambiental e engajamento com a comunidade antes de qualquer extração de minério. Ainda assim, o movimento atual sugere que Luziânia pode voltar a ter a mineração de ouro como vetor econômico, retomando um capítulo que, no passado, trouxe prosperidade e feridas sociais — e que hoje demanda transparência, responsabilidade socioambiental e diálogo público.