Itens incluem Ferrari, réplica da McLaren, obras de arte e peças da Louis Vuitton, segundo a PF
A operação Cambota, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (12/9), apreendeu uma série de bens de luxo em Brasília e São Paulo. A ação é um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Entre os itens confiscados estão uma Ferrari F8 avaliada em R$ 3,6 milhões, uma réplica da McLaren usada por Ayrton Senna em 1991, além de esculturas e pinturas atribuídas a artistas como Di Cavalcanti, Henrique Cavalleiro e Antonio Parreiras. Também foram apreendidos maletas e um baú da Louis Vuitton, cujo modelo similar novo custa cerca de R$ 282 mil, além de esculturas de bronze, incluindo uma atribuída ao francês Thomas Cartier.

A PF também prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, acusados de operar o esquema fraudulento. Na residência do empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, em Brasília, foram encontrados carros de luxo, relógios e dinheiro em espécie.
Segundo os investigadores, apesar de os veículos estarem registrados em nome de Cavalcanti, os indícios apontam que os bens eram usados e pertenciam, de fato, ao advogado Nelson Wilians, ex-sócio de Cavalcanti, também alvo da operação. Na casa de Wilians, a PF apreendeu dezenas de obras de arte e apontou transferências suspeitas de R$ 28 milhões para Camisotti.

Outro lado
Em nota, a defesa de Nelson Wilians alegou que sua relação com Camisotti é “estritamente profissional e legal” e que os valores transferidos dizem respeito à compra de um terreno. Já os advogados de Camisotti afirmaram que sua prisão não tem justificativa e que irão adotar medidas para reverter a decisão.
O Poder360 segue em contato com as defesas de Antônio Carlos Camilo Antunes e de Fernando Cavalcanti.
Fraude bilionária
A Operação Sem Desconto, revelada em abril, apontou um desvio estimado em R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos em mensalidades associativas. O escândalo provocou o afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e a demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).

