Blogueiro é acusado de atacar jornalista Juliana Dal Piva e descumprir decisões do STF sobre uso de redes sociais
A Polícia Federal (PF) indiciou o blogueiro Allan dos Santos pelos crimes de difamação, injúria, desobediência e incitação ao crime contra a jornalista Juliana Dal Piva. O relatório aponta que o investigado teria praticado crimes contra a honra e “incitado a desordem”, contribuindo para a animosidade entre os Poderes da República e a polarização política.
Ataques contra jornalista
Segundo a investigação, Allan dos Santos cometeu o crime de difamação ao atribuir falsamente à jornalista uma suposta confissão de plano para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em junho de 2024. A pena pode ser triplicada por se tratar de crime cometido em redes sociais.
O blogueiro também é acusado de injúria, por “ofender a dignidade e o decoro” da jornalista em publicações no seu site. Assim como no crime de difamação, a pena pode ser agravada pelo fato de ter ocorrido em ambiente digital.
Descumprimento de ordens do STF
De acordo com a PF, Allan dos Santos teria criado múltiplos perfis em redes sociais para escapar das determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), que o proibiam de manter contas ativas. Com isso, o blogueiro incorreu no crime de desobediência.
O relatório da PF aponta ainda que as postagens de Allan revelam uma “natureza pejorativa e conspiratória”. Segundo o documento:
“Com base nos fatos apresentados, a investigação criminal aponta com grande certeza para o indiciamento de Allan Lopes dos Santos pelos crimes de difamação, injúria, desobediência e incitação ao crime.”
Allan dos Santos vive nos EUA
O blogueiro está radicado nos Estados Unidos desde 2020 e responde a outros inquéritos da PF. Em uma das investigações, ele é acusado de participar de campanha para atacar e expor dados de investigadores que atuaram em processos envolvendo Jair Bolsonaro e aliados.
Em abril de 2024, Allan dos Santos foi multado em R$ 15 mil por uso irregular das redes sociais, em descumprimento às ordens judiciais do STF.