Levantamento do Observatório Sebrae Startups mostra predominância de empresas com mais de cinco anos de operação e forte presença do modelo B2B no ecossistema brasiliense
O Observatório Sebrae Startups mapeou 491 startups em operação no Distrito Federal, revelando um ecossistema em expansão, com perfil consolidado e forte orientação ao mercado corporativo. A capital federal se destaca por uma base significativa de empresas maduras, com 38,8% delas em operação há cinco anos ou mais.
O modelo de negócio B2B é predominante, adotado por 43,6% das startups brasilienses. A presença de modelos como B2B2C (25,87%) e B2C (21,38%) mostra diversidade nas estratégias de mercado, enquanto o modelo B2G, voltado ao setor público, representa 3,26% – um diferencial estratégico dado o contexto da capital do país.
Em relação à maturidade, a maioria das startups está em fase de Validação (34,4%) ou Tração (27,1%), estágios que indicam busca ativa por mercado e crescimento. As fases de Ideação (22%) e Crescimento (13,6%) também têm presença relevante, enquanto 2,6% das empresas alcançaram a Escala.
Entre os setores de atuação, Educação (11,6%), Saúde e Bem-estar (11%) e Tecnologia da Informação (10,6%) ocupam o topo do ranking. Segmentos como Impacto Socioambiental (7,9%), Agronegócio (5,9%) e Serviços Profissionais (5,5%) também demonstram força. O modelo de receita mais comum é o de Vendas Diretas (30,7%), seguido por Assinatura (SaaS), com 30,3%.
Faturamento e diversidade ainda são desafios
Quase metade das startups do DF ainda não gera receita (48,3%), refletindo os desafios iniciais da jornada empreendedora. 26,7% faturam entre R$81 mil e R$360 mil anuais, e 14% estão entre R$360 mil e R$4,8 milhões. Apenas 1,6% ultrapassam esse patamar.
A estrutura societária revela um ambiente concentrado: 57% das empresas têm até dois sócios. No recorte de gênero, 67,8% dos sócios são homens, e apenas 29,9% são mulheres, o que aponta para a necessidade de fomentar políticas de diversidade e inclusão no setor.
Ações estratégicas para fortalecer o ecossistema
Para apoiar o crescimento do ecossistema, o Sebrae tem promovido uma série de iniciativas no Distrito Federal. Entre elas, o Capital Empreendedor, programa nacional que conecta startups a investidores por meio de capacitações, mentorias e rodadas de investimento; o Empretec Startup, voltado ao desenvolvimento de competências empreendedoras adaptadas à linguagem das startups; e o Inova Cerrado, que fomenta ideias ligadas à bioeconomia da região, por meio de pré-aceleração e incentivo à inovação. Essas ações procuram impulsionar o amadurecimento das empresas locais e ampliar suas conexões com o mercado.
“O Sebrae no Distrito Federal acredita no poder transformador do empreendedorismo inovador para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do nosso território. As startups ganham protagonismo como agentes de disrupção, inovação e escalabilidade, que geram novas oportunidades, emprego e soluções para os desafios contemporâneos”, destaca Rosemary Rainha, Superintendente do Sebrae no DF. “Queremos que o Distrito Federal seja, cada vez mais, reconhecido como um território fértil para startups e para o futuro da nova economia.”