Governador de Goiás critica duramente o presidente por negociações com associação da Favela do Moinho, presidida por irmã de traficante do PCC
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), elevou o tom das críticas ao governo federal nesta quarta-feira (10) e declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atua como “representante de um narcoestado”. A declaração foi dada em entrevista à coluna após a revelação de que integrantes do governo negociaram com uma ONG ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o portal Metrópoles, o governo federal tratou de uma possível visita de Lula à Favela do Moinho, em São Paulo (SP), no fim de junho, com a Associação da Comunidade do Moinho. A entidade é presidida por Alessandra Moja Cunha, irmã de Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Léo do Moinho”, preso em 2024 como uma das lideranças do PCC na capital paulista.
“O Lula não é presidente dos brasileiros honrados e trabalhadores, e sim representante de um narcoestado implantado no Brasil, com a conivência do próprio Lula e do PT”, afirmou Caiado.
Associação já foi usada para armazenar drogas
A associação presidida por Alessandra Moja Cunha tem histórico controverso. O endereço da entidade já foi alvo de operações policiais, que localizaram maconha, cocaína e crack, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Além do parentesco com um traficante, Alessandra tem passagem pela polícia e já foi condenada por envolvimento em homicídio, o que ampliou as críticas à atuação do governo federal ao dialogar com a entidade.
“Com essa associação ao PCC, Lula se coloca como réu confesso — um presidente que se ajoelhou para o crime organizado”, acusou o governador goiano.
“Não existe Estado Democrático de Direito onde o crime manda na vida das pessoas. Não existe paz nem desenvolvimento.”
Repercussão política e cenário para 2026
A fala de Caiado, que é pré-candidato à Presidência da República em 2026, marca uma escalada no confronto político com o governo federal. Ele tem se posicionado como nome da direita conservadora, apostando em um discurso de combate ao crime organizado e à corrupção.
A repercussão do episódio envolvendo o governo Lula e a Favela do Moinho deve continuar nos próximos dias, com desdobramentos tanto no plano jurídico quanto no político, especialmente no Congresso Nacional, onde parlamentares da oposição já pedem explicações formais.