Ações no Morro da Capelinha envolveram aplicação de fumacê, limpeza e cuidados com a fauna local. A encenação volta a ser realizada presencialmente após hiato de dois anos
O Morro da Capelinha está pronto para receber a Via-Sacra. Às vésperas da procissão, equipes da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), do Corpo de Bombeiros (CBMDF) e do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) trabalharam para melhorar a segurança dos 100 mil fiéis que devem passar pelo local ao longo desta sexta-feira (15). A encenação da Paixão de Cristo será realizada a partir das 14h.
Com a alta dos casos de dengue, as atenções dos sete agentes da Dival que inspecionaram o morro estavam voltadas para o Aedes aegypti. Sob o comando de Michele Peçanha, chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Planaltina, a equipe percorreu todo o trajeto da via-crúcis em busca de recipientes que pudessem acumular água. “Também fizemos aplicação de fumacê na área”, conta. “Felizmente, não encontramos nenhum foco do mosquito”.
O lixo acumulado ao longo de dois anos sem encenação foi todo recolhido por dez funcionários do SLU. Para o coordenador da Via-Sacra, Diego José Pereira, a limpeza é sinônimo de zelo com o público. “É uma tranquilidade saber que ninguém vai pisar em um caco de vidro ou tropeçar em algum entulho”, afirma. “Essa retomada é especial e merece todo o carinho”.
Preservar a segurança dos fiéis também passa por cuidados com a fauna local. Cinco bombeiros do Grupamento de Proteção Ambiental do CBMDF vistoriaram o Morro da Capelinha em busca de abelhas, marimbondos e vespas. “Alguns sobem nas árvores para enxergar melhor o espetáculo e acabam sendo atacados”, explica o terceiro-sargento Layon Melo. “Mas desta vez não vimos nada perigoso”. Se houvesse alguma colmeia no trajeto da procissão, ela seria removida para outra área de proteção ambiental.
Feliz com a volta da Via-Sacra, o aposentado Sebastião Borges Teles, 75 anos, comemora a atenção dada ao Morro da Capelinha. “Participo da encenação há 38 anos, sempre no papel do sumo sacerdote Anás. Tenho muito amor por este lugar, pela história que contamos”, declara. “Por isso, a gente ajuda de todo jeito – atua, pinta, limpa. Tudo feito de forma voluntaria.”