Censo 2022 aponta avanço evangélico e queda católica, especialmente entre crianças e adolescentes
O Brasil tem hoje o menor número de católicos desde o início dos registros populacionais, enquanto os evangélicos atingiram o maior percentual da história. É o que mostra o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (6/6).
De acordo com os dados, 56,7% dos brasileiros se declaram católicos, uma queda expressiva frente aos 65,1% registrados em 2010. Trata-se do menor índice desde o primeiro levantamento sobre religião, feito em 1872.
Já os evangélicos saltaram de 21,6% para 26,9% da população, consolidando uma tendência de crescimento contínuo e alcançando um novo recorde nacional.
Entre os fatores que explicam a mudança está o avanço evangélico sobre os mais jovens. Na faixa etária de 10 a 14 anos, apenas 52% se dizem católicos, enquanto os evangélicos somam 31,6%. A diferença revela uma mudança geracional significativa, com a fé católica ganhando força nas faixas etárias mais altas — cerca de 72% dos brasileiros com 80 anos ou mais seguem o catolicismo.
Outro dado relevante é o aumento do número de pessoas que se declaram “sem religião”, especialmente entre os jovens adultos de 20 a 24 anos, onde o percentual chega a 14,3%. O número reforça a ideia de que o perfil religioso do país segue em transformação.
Especialistas apontam que os movimentos religiosos contemporâneos, a presença digital das igrejas evangélicas e mudanças na estrutura familiar e nas dinâmicas sociais têm contribuído para o redesenho do mapa da fé no Brasil.
Com a publicação do Censo 2022, o Brasil confirma uma virada religiosa gradual, porém constante, abrindo espaço para novas análises sobre o futuro da religiosidade no país.