Elon Musk prevê que robôs humanoides superarão a população mundial até 2040

Custo dos modelos Optimus, da Tesla, deve variar entre R$ 115 mil e R$ 172 mil; produção em massa está prevista para 2026

Em uma de suas declarações mais ousadas, o bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, afirmou que, nas próximas duas décadas, o número de robôs humanoides em operação superará a população humana. A previsão foi feita durante sua participação na Future Investment Initiative, conferência realizada pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. Segundo Musk, o planeta poderá abrigar cerca de 10 bilhões de robôs humanoides até 2040, superando os cerca de 9 bilhões de pessoas estimadas para o mesmo período.

A projeção gira em torno do avanço do projeto Optimus, da Tesla, que busca desenvolver robôs versáteis para tarefas cotidianas. O executivo afirmou que o custo por unidade deverá variar entre US$ 20 mil e US$ 30 mil (entre R$ 115,2 mil e R$ 172,8 mil), dependendo das especificações e aplicações.

Progresso com obstáculos

Anunciado em 2021 com um protótipo que chamou atenção ao dançar em palco, o projeto Optimus já passou por diversas atualizações. Recentemente, a Tesla apresentou novos modelos realizando atividades como distribuição de brindes, jogos interativos e outras demonstrações sociais.

Apesar do espetáculo, parte da performance foi realizada com teleoperação, ou seja, com controle remoto humano — um indicativo de que a autonomia total dos robôs ainda está em desenvolvimento. Segundo Milan Kovac, líder do projeto, cerca de 20 unidades participaram da demonstração, e uma delas chegou a cair durante a apresentação, revelando os desafios técnicos ainda enfrentados.

Produção limitada em 2025; em massa, a partir de 2026

Musk afirmou que os primeiros modelos de produção limitada estarão em operação na Tesla já em 2025, com “alguns milhares” de unidades previstas. A produção em massa deve começar em 2026. Caso a expansão ocorra como o esperado, o executivo acredita que a Tesla poderá se transformar em uma empresa avaliada em US$ 25 trilhões(aproximadamente R$ 144 trilhões), ampliando radicalmente sua atuação para além do setor automotivo.

Corrida global pela robótica humanoide

A Tesla não está sozinha na corrida por robôs humanoides. Outras empresas como Figure AI, Apptronik, Toyota Research Institute e Boston Dynamics também estão desenvolvendo modelos com diferentes finalidades. O avanço acelerado da tecnologia indica que os próximos anos serão decisivos para definir quais empresas conseguirão transformar os robôs em produtos comercialmente viáveis.

Implicações sociais e éticas no horizonte

Com a possibilidade de uma população robótica superior à humana, surgem questionamentos sobre os impactos sociais, econômicos e éticos dessa nova realidade. Entre as preocupações estão a substituição de empregos humanos, a regulamentação dessas máquinas e os limites de autonomia das inteligências artificiais.

Mesmo com incertezas, o cenário aponta para uma nova era tecnológica, onde robôs humanoides podem deixar de ser ficção científica para se tornarem agentes ativos no cotidiano — das indústrias às casas. Para Elon Musk, esse futuro não é apenas possível. É inevitável.