Milícia no DF: operação revela como PMs da ativa integravam rede de extorsão e ameaças

Investigação da Polícia Federal aponta uso ilegal de estrutura da corporação para cobrança de dívidas com coação e violência

Uma operação da Polícia Federal (PF) revelou um esquema preocupante no coração da segurança pública do Distrito Federal: policiais militares da ativa estariam envolvidos em uma rede de milícia privada voltada à prática de extorsão, atuando com base em ameaças, intimidação e uso indevido da estrutura da Polícia Militar do DF (PMDF).

A apuração faz parte da Operação Fênix, deflagrada com autorização judicial, e já resultou em prisões temporáriasbuscas e apreensõessuspensão de funções públicas e quebra de sigilo bancário dos investigados.


⚠️ Como funcionava o esquema

De acordo com fontes ligadas à investigação, o grupo utilizava uma empresa de cobrança sem autorização da PF como fachada para suas atividades ilegais. Entre os principais pontos levantados pela investigação, destacam-se:

  • Dois PMs da ativa participavam diretamente das cobranças, utilizando seus cargos para intimidar as vítimas;
  • As ações eram encomendadas por terceiros interessados em recuperar dívidas, como agiotas e credores ilegais;
  • A cobrança era feita com violência e coação, obrigando vítimas a assinar notas promissórias e termos de confissão de dívida;
  • Os policiais usavam sistemas internos da PMDF para levantar informações pessoais sobre as vítimas, como endereços, rotinas e dados bancários;
  • Em pelo menos dois casos, o grupo viajou a outros estados para realizar as abordagens de cobrança.

As provas foram obtidas principalmente a partir da análise de um celular apreendido, que revelou conversas, movimentações e registros das atividades do grupo.


👮 PMDF se pronuncia

Polícia Militar do Distrito Federal divulgou nota oficial afirmando que não comenta investigações em curso, mas destacou que não compactua com desvios de conduta e que os casos serão “rigorosamente apurados”.


🧾 Crimes investigados

Os envolvidos poderão responder por diversos crimes, incluindo:

  • Extorsão
  • Milícia privada
  • Organização criminosa
  • Violação de sigilo funcional
  • Abuso de autoridade

A operação lança luz sobre o risco institucional que o desvio de agentes públicos armados e com acesso a dados sigilosos representa à segurança e à confiança social nas instituições de Estado.

A PF segue com as investigações, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.

Com informações do Portal Metrópoles