Blue Origin leva sementes brasileiras ao espaço em missão com Katy Perry

Batata-doce e grão-de-bico da Embrapa participam de experimento para desenvolver agricultura sustentável fora da Terra

O voo suborbital da Blue Origin que levou Katy Perry e outras cinco mulheres ao espaço também marcou um importante avanço para a ciência brasileira. Na bagagem da ex-cientista de foguetes Aisha Boweestavam sementes e mudas preparadas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), com o objetivo de estudar sistemas de cultivo em ambientes extraterrestres.

A iniciativa é parte da Rede Space Farming Brasil, grupo vinculado à Agência Espacial Brasileira (AEB), que desenvolve tecnologias agrícolas voltadas para o cultivo de alimentos no espaço — e, ao mesmo tempo, busca soluções que possam ser aplicadas aqui na Terra, especialmente em condições adversas.


🌱 Agricultura além do planeta

As plantas escolhidas para a missão foram a batata-doce e o grão-de-bico, duas espécies conhecidas por seu alto valor nutricional e adaptabilidade. Ambas passaram por processos de melhoramento genético e preparo especial na Embrapa, visando superar os desafios do cultivo em microgravidade, como radiação intensa, ausência de solo e escassez de água.

“Podemos avançar muito em tecnologias modernas para auxílio na agricultura brasileira, usando inteligência artificial na irrigação, melhoramento de cultivares e estratégias de cultivo indoor”, afirmou a pesquisadora Alessandra Fávero, da Embrapa Pecuária Sudeste e coordenadora da Rede Space Farming Brazil.


🧪 Inovação com impacto na Terra

Apesar de voltados ao espaço, os experimentos também trazem respostas para questões enfrentadas hoje nas lavouras brasileiras, como escassez hídrica, mudanças climáticas e perda de nutrientes. A ideia é usar os aprendizados de ambientes extremos para tornar a agricultura terrestre mais eficiente, nutritiva e sustentável.

A batata-doce foi escolhida pelo rápido crescimento, fácil manejo e perfil nutricional completo — rica em carboidratos de baixo índice glicêmico e proteínas. Já o grão-de-bico foi selecionado por sua alta adaptabilidade, valor proteico e potencial de desenvolvimento genético, com foco em plantas menores e mais produtivas.


👩‍🚀 Ciência, tecnologia e representatividade

A presença de mulheres como Aisha Bowe, engenheira e ex-funcionária da NASA, e da cantora Katy Perry, deu à missão um simbolismo de representatividade e inclusão na ciência espacial. Mas também reforça como a colaboração internacional pode impulsionar pesquisas estratégicas no Brasil, em áreas como biotecnologia, engenharia agrícola e inteligência artificial.

Com a parceria entre a Embrapa, a AEB e instituições internacionais, o Brasil firma sua posição como protagonista em um dos maiores desafios do século: alimentar o futuro em qualquer lugar do universo.