Luigi Mangione é acusado de assassinato premeditado e poderá enfrentar execução federal, caso condenado. Caso reacende debate sobre pena capital nos EUA
A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, anunciou nesta terça-feira (1º) que o governo Trump buscará pena de morte federal contra Luigi Mangione, acusado de assassinar a tiros o CEO da gigante de seguros de saúde UnitedHealthcare, Brian Thompson, em dezembro de 2024, em Nova York.
O anúncio foi feito por meio de um comunicado oficial do Departamento de Justiça, em que Bondi classificou o crime como um “assassinato premeditado e a sangue frio que chocou a América”. O caso marca uma das primeiras aplicações do novo memorando de política criminal assinado por Bondi ao assumir o cargo, que revogou a moratória sobre execuções federais e restabeleceu a pena de morte como ferramenta de punição para crimes violentos de alta repercussão.
“Após cuidadosa consideração, orientei promotores federais a buscarem a pena capital neste caso, enquanto executamos a agenda do presidente Trump de impedir crimes violentos e tornar a América segura novamente”, declarou a procuradora.
Assassinato com arma de fogo: base legal para pena capital
Mangione foi formalmente indiciado sob diversas acusações federais, incluindo o crime de assassinato por uso de arma de fogo — um dos poucos dispositivos legais que tornam um réu elegível à pena de morte em âmbito federal, conforme o Código dos EUA.
De acordo com o Departamento de Justiça, o crime foi classificado como um “ato de violência política”, com elementos de premeditação substancial, planejamento logístico e execução em local público, colocando em risco não apenas a vítima, mas diversas pessoas ao redor.
Crime com motivação ideológica e impacto institucional
Embora os detalhes sobre a motivação exata ainda estejam sob sigilo, investigadores federais afirmam que há indícios de motivação política e pessoal contra Thompson, o que poderia enquadrar o crime em uma das agravantes previstas para a pena capital: ameaça à ordem institucional e à segurança pública.
A morte de Thompson causou comoção nacional. Pai de duas crianças pequenas e à frente da UnitedHealthcare desde 2021, ele era visto como uma figura estratégica no setor de saúde privada nos EUA.
Fim da moratória e retomada das execuções federais
O caso acontece sob o pano de fundo de uma mudança radical na política criminal do governo Trump. Em seu primeiro ato como procuradora-geral, Pam Bondi assinou o memorando “Reviver a pena de morte federal e suspender a moratória sobre execuções federais”, restaurando uma diretriz abandonada durante a administração anterior.
A iniciativa é parte de um pacote de endurecimento penal impulsionado por Trump em sua nova campanha, com foco em crimes violentos, imigração e ordem pública.
“A América precisa de leis fortes. Criminosos violentos precisam saber que enfrentarão as consequências mais duras possíveis”, afirmou Bondi.
Próximos passos no julgamento
Mangione permanece sob custódia federal em Nova York. Seu julgamento está previsto para o segundo semestre deste ano. Caso seja condenado sob os termos da acusação federal, poderá se tornar o primeiro executado sob a nova política penal da administração Trump.
O caso deve reacender o debate sobre a pena de morte federal nos EUA, sobretudo diante de sua utilização em crimes com repercussão política e simbólica, e promete influenciar discussões no Congresso e na Suprema Corte.