Parigi: O Refúgio Gastronômico dos Grandes Negócios

O icônico restaurante ítalo-francês do grupo Fasano e JHSF segue como o endereço preferido de empresários e investidores para reuniões estratégicas na capital paulista

Em uma esquina discreta no final da Rua Amauri, próximo ao coração financeiro da Faria Lima, o Parigi mantém sua posição como um dos restaurantes mais exclusivos de São Paulo. Desde sua inauguração, em julho de 1998, o bistrô ítalo-francês do grupo Fasano e da JHSF tem sido palco de encontros estratégicos entre banqueiros, empresários e executivos de alto escalão.

O segredo de seu prestígio não está apenas no menu refinado, mas em uma experiência meticulosamente planejada. São 28 garçons treinados para atender com discrição, um maître que conhece cada cliente pelo nome, uma decoração sofisticada com madeira escura e iluminação intimista, além de um pé-direito alto que garante um ambiente silencioso, perfeito para reuniões de negócios.

O Prato Símbolo de Uma Era

Entre os destaques do cardápio, um prato se tornou emblemático: haddock poché com molho de limão e purê de batatas (R$ 164). A receita, inalterada há mais de duas décadas, acompanha a trajetória do Parigi desde sua abertura. No mesmo ano, Jorge Paulo Lemann deixava o Banco Garantia, a Telebras era privatizada e a rede de lojas Arapuã enfrentava seus últimos dias.

O responsável por essa longevidade gastronômica é o chef francês Eric Berland, que comanda a cozinha do Parigi desde o início. Natural de Saint-Malo, na Bretanha, Berland construiu sua carreira na gastronomia clássica e, nos anos 1990, mudou-se para o Brasil ao lado da esposa. A convite de Rogério Fasano, assumiu a missão de consolidar o Parigi como referência na culinária ítalo-francesa.

Histórias e Personagens que Moldaram o Parigi

O restaurante construiu sua reputação com o passar dos anos, tornando-se o epicentro de negociações financeiras e celebrações exclusivas. O falecido advogado Márcio Thomaz Bastos sempre ocupava a mesma mesa na entrada. O investidor Marcus Elias era presença diária. José Olympio Pereira, do Credit Suisse, tem até uma salada personalizada no cardápio: a JOP, uma versão especial da caprese. Foi ali também que André Esteves comemorou a recompra do BTG Pactual, em um almoço para dezenas de convidados.

O chef Berland evita comentar sobre seus frequentadores ilustres, reforçando a discrição como um dos pilares do sucesso do Parigi. No entanto, ele fala com paixão sobre suas criações. Como muitos clientes dispensam entrada e sobremesa devido à correria dos negócios, os pratos principais precisam ser fartos e memoráveis. O filé de haddock, por exemplo, tem pouco mais de 200 gramas e jamais saiu do cardápio. “Se tentarmos tirar, os clientes pedem por fora”, brinca Berland.

Outros clássicos insubstituíveis incluem o filet au poivre, o camarão provençal e o espaguete do mar. A simplicidade na preparação é parte do segredo: batatas Asterix, manteiga francesa e creme de leite compõem o purê perfeito. O haddock, um parente do bacalhau, é cozido no leite por exatos 10 minutos, sem temperos. O molho combina limão-taiti, creme de leite e generosas porções de manteiga.

Um Brinde ao Sucesso

Para acompanhar, um bom vinho branco — ou, para os mais ousados, um tinto encorpado. O Parigi não é apenas um local para refeições refinadas, mas um verdadeiro templo da alta gastronomia que já testemunhou a assinatura de inúmeros contratos milionários. No entanto, para além dos almoços de negócios, o restaurante também é perfeito para um fim de semana com a família, provando que tradição e sofisticação podem coexistir harmoniosamente.