Com o tema Cerrado: raízes, pegadas e percursos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e as secretarias de Educação e de Cultura do Distrito Federal convidam professores da rede pública de ensino e todos os interessados para a Jornadas do Patrimônio 2024. As atividades serão realizadas no dia 29 de novembro, na Biblioteca Nacional de Brasília (DF), ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, e estão programadas para começar às 9h. Confira a programação do evento e se inscreva aqui.
As Jornadas do Patrimônio, instituídas no calendário escolar e de eventos oficiais do Distrito Federal pela Lei Distrital nº 5.080/2013, chegam à 11ª edição com três mesas de debate e uma apresentação cultural. O tema Cerrado: raízes, pegadas e percursos busca refletir sobre os muitos tempos, povos e destinos que formam nosso território. Você que nasceu aqui, que foi chegando, que está começando a conhecer essa terra: está convidado a pensar, em conjunto, nossa identidade, nossa memória, nosso Patrimônio Cultural.
Para o educador da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Fábio da Silva, as jornadas são de extrema importância para o trabalho pedagógico dos professores da rede pública de ensino, pois capacitam profissionais para trabalhar com o tema Patrimônio Cultural. “Diversos educadores ainda seguem o modelo tradicional de ensino, que insiste em uma abordagem eurocêntrica. É a possibilidade de se realizar um trabalho de desconstrução de um discurso tradicional sobre o patrimônio, e trazer novos olhares sobre a história das Regiões Administrativas do DF”, explicou.
Jornadas do Patrimônio 2024
A proposta do tema Cerrado: raízes, pegadas e percursos é chamar atenção para a articulação temporal e espacial entre três dimensões do cerrado, cujo recorte vincula-se ao território/ecossistema do Distrito Federal. A primeira delas é sua ocupação humana, há, pelo menos, 10 mil anos, por diferentes povos e em diferentes formas de organização social. A segunda está relacionada às transformações que os humanos produzem no bioma e que o bioma produz em nós. A terceira diz respeito às possibilidades de futuro nesse cruzamento de espaços e vidas; juntam-se aqui essas transformações mútuas, derivadas dos processos ideológicos e concretos de apropriação e produção do espaço e de suas diversas camadas de significados ao longo do tempo, de mudança climática, e de sua exploração política e econômica, cujos efeitos são desigualmente distribuídos ao longo do território e, ainda, os variados modos de considerá-lo, conservá-lo e preservá-lo.
As três dimensões amarram, em conjunto, aspectos do passado, do presente e do futuro do cerrado, abrindo margem para se refletir sobre a formação e a manutenção de memórias, de relações de pertencimento e de identidades a ele associadas, e associadas entre si, com ênfase na construção de referências culturais que atravessam sua história.