Um dos principais quesitos analisados é o de infraestrutura social, que leva em conta fornecimento de energia elétrica, disponibilidade de água potável, telefone, correios e transporte público. Pelo oitavo ano seguido, Viena foi eleita a melhor cidade no mundo.
Mesmo sendo a cidade com melhor colocação no país, Brasília ficou apenas na posição 109 no ranking geral. Ao todo, o Brasil classificou quatro cidades. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar – em posição 118. Já São Paulo ficou em 121º e Manaus fechou a lista na posição 127.
O objetivo da pesquisa é apresentar às empresas multinacionais quais são os lugares mais “estáveis” para se criar uma filial e enviar empregados.
De acordo com um dos presidentes da responsável pelo levantamento, Ilya Bonic, o fácil acesso ao transporte, à eletricidade de confiança e à água potável são considerações importantes ao determinar a “dificuldade” que uma empresa estrangeira teria para se adaptar ao país.
“A instabilidade econômica, a agitação social e a crescente turbulência política aumentam o desafio complexo que as empresas multinacionais enfrentam ao analisar a qualidade de vida para sua força de trabalho expatriada,” disse Bonic.
As condições de vida são analisadas de acordo com 39 fatores, agrupados em dez categorias como estabilidade política, bens de consumo, recreação, serviços públicos, ambiente natural, econômico e sociocultural.
O ranking é feito todo ano, e nesta edição contou com a avaliação de 450 cidades. Porém, apenas 231 tiveram a posição de classificação divulgada. Para o diretor responsável pela pesquisa, Slagin Parakatil, a avaliação das cidades é influenciada pela falta de recursos disponíveis para a população.
“A infraestrutura de uma cidade, ou melhor, a falta dela, pode afetar consideravelmente a qualidade de vida que as pessoas vivenciam diariamente. O acesso a uma variedade de opções de transporte, estando conectado local e internacionalmente, e o acesso à energia elétrica e água potável estão entre as necessidades essenciais dos estrangeiros que chegam a um novo local de trabalho. O sucesso das transferências internacionais é influenciado por questões como facilidade de viagem e comunicação, padrões de saneamento, segurança pessoal e acesso a serviços públicos”, afirmou Parakatil.
Demais cidades
Entre as 231 cidades classificadas no ranking de 2017, 72 são da Ásia, 60 da Europa, 49 das Américas, 42 da África e 8 da Oceania. A capital do Iraque, Bagdá foi a cidade com pior colocação no ranking, ficando em 231.
Apesar de Brasília liderar as cidades brasileiras, na América do Sul, quem lidera é Montivideu (79º), capital do Uruaguai. Buenos Aires (93º), na Argentina, e Santiago (95º), no Chile, vêm em seguida. Caracas, na Venezuela, é a última entre as cidades do continente, ficando na posição 189.
Para o líder de prática de Mobilidade da Mercer Brasil, Indre Medeiros, o principal fator de influência negativa na América do Sul é o contexto sócio-político e econômico, que são alvos de constantes instabilidades. Já os pontos positivos, se devem ao ambiente natural.
“No caso do Brasil como um todo, que está entre os ‘top 5’ da América do Sul, os pontos fortes apontam para a qualidade significativa da oferta de bens de consumo e ambiente natural de destaque, com clima agradável e baixa recorrência de desastres naturais”, disse Medeiros.
Apesar da crise econômica que afeta o estado do Rio de Janeiro, o que mais teve impacto na queda da cidade carioca no ranking foram “limitações nos sistemas de esgoto e restrições de uso de fontes de águas locais devido à poluição”. A incidência de mosquitos transmissores de doenças como o vírus da zika e a dengue também influenciou a queda do índice da cidade.