Cerrado registra mais que o dobro do desmatamento da Amazônia em janeiro

Apesar da queda de 10% em comparação com ano passado, tamanho da área devastada é de 441,85 km², maior que Curitiba, por exemplo. Dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta (10).

O desmatamento no Cerrado Brasileiro atingiu 441,85 km² em janeiro de 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (10). Conforme o levantamento, a área devastada no bioma é mais que o dobro registrado na Amazônia (167 km²) (saiba mais abaixo).

A área de Cerrado desmatada apresentou queda de 10% em comparação com igual período do ano passado, quando o registro ficou em 491,64 km². Apesar disso, o perímetro desmatado é maior do que a cidade de Curitiba inteira – a capital do Paraná tem 434,892 km².

De acordo com o WWF Brasil, o patamar de destruição no Cerrado é considerado “alto”. Conforme a organização, o bioma já perdeu quase 50% da cobertura original e, apesar da redução, “não é momento para se comemorar, já que as perdas anuais são superiores às da Amazônia”.

Cerrado: berço das águas

Área de Cerrado desmatada — Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Área de Cerrado desmatada — Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

O Cerrado é chamado de berço das águas porque alimenta oito das 12 principais bacias hidrográficas do país. Ele responde por mais de 90% da vazão da bacia do São Francisco e por quase metade de toda a vazão da bacia do rio Paraná, que abastece a Hidrelétrica de Itaipu.

O monitoramento do bioma é feito pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).