Pesquisa mostra força dos cursos técnicos no combate ao desemprego no DF

Segundo PDAD de 2021, 31,1% dos jovens da capital federal não trabalham e não estudam. Além disso, dos 850.548 trabalhadores formais técnicos, apenas 12,3% têm capacitação específica.

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (Ipe-DF) – antiga Codeplan – divulgou, nesta semana, uma análise da capacitação profissional das pessoas empregadas em Brasília. O estudo analisa o potencial das vagas técnicas, a importância da Educação Profissional Tecnológica (EPT) no combate ao desemprego entre os jovens.

Os pesquisadores citam que 31,1% dos jovens da capital federal não trabalham e não estudam, conforme a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2021. Em todo Brasil, de acordo com o Ministério da Educação (MEC) apenas 8% dos alunos do ensino médio são capacitados para o mercado de trabalho, essa média, nos países da Europa membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) chega a 46%.

O Distrito Federal tem 850.548 trabalhadores formais técnicos. Desses,104.751 (12,3%) têm curso técnico de nível médio.

Planejar o futuro

Alunos do curso Técnico em Informática do Senac realizam atividade prática, em imagem de arquivo — Foto: Divulgação
Alunos do curso Técnico em Informática do Senac realizam atividade prática, em imagem de arquivo — Foto: Divulgação

Segundo o coordenador de Estudos e Avaliação de Políticas Socioeconômicas do Ipe-DF, Rafael Richter, o objetivo da pesquisa é;

  • Analisar o mercado de trabalho
  • Avaliar as ofertas de capacitação
  • Organizar as informações
  • Auxiliar no planejamento das organizações e do Poder Público para investimentos em cursos profissionalizantes

“Vamos fazer consultas às empresas, perguntar quais profissionais estão faltando, o que elas estão precisando e trazer sugestões”, diz Rafael Richter.

Segundo o especialista, mesmo pessoas com curso superior podem encontrar nos cursos técnicos a formação específica para qualificar a mão de obra. “Nem sempre uma formação superior de quatro anos vai adaptar tão rápido quanto poderia. Existem cursos FIC [Formação Inicial Continuada] de até 160/h, e técnicos, que podem ser mais rápidos”, aponta.

“Um jovem com curso técnico tem acesso a mais setores, com atividades e ocupações diferentes. Ele consegue trabalhar com mais coisas e em mais lugares, e isso contribui para a empregabilidade”, afirma o coordenador do Ipe-DF.

‘Cursos promissores’

Além de destacar a necessidade da ampliação dos cursos técnicos, a pesquisa analisa que um dos desafios para a implementação da Educação Profissional Tecnológica (EPT) é o desconhecimento dos jovens em relação às ofertas. A expectativa é que mais vagas de EPT sejam abertas com o novo ensino médio.

A pesquisa indica os cursos considerados “promissores” e que devem ser priorizados. Entre eles, estão mecatrônica, refrigeração e climatização, tradução e interpretação de Libras, artes circences, design de moda, produção de áudio e vídeo, além de áreas da Tecnologia da Informação (TI). Veja abaixo:

Cursos de nível médio que tiveram maior índice segundo pesquisa do IPDF — Foto: IPDF/Reprodução
Cursos de nível médio que tiveram maior índice segundo pesquisa do IPDF — Foto: IPDF/Reprodução

Em relação ao ensino superior, que confere o título de tecnólogo, os cursos em alta e que tiveram maior nota foram: aquicultura, design de interiores, gestão de segurança privada, segurança privada e redes de computadores.

“Aqui tem um destaque grande pra cursos de segurança, indústria, construção e TI. Mas ainda há alguns ligados aos serviços de alojamento e turismo, como hotelaria e gestão em turismo e também na área de saúde e meio ambiente”, diz Rafael.

Confira cursos de nível superior em alta:

Cursos de nível superior que tiveram maior índice segundo pesquisa do IPDF — Foto: IPDF/Reprodução
Cursos de nível superior que tiveram maior índice segundo pesquisa do IPDF — Foto: IPDF/Reprodução