Varíola dos macacos: teste para detectar vírus passa a ser feito no DF

Segundo Secretaria de Saúde, Lacen tem capacidade para realizar 96 exames por semana. Em Brasília, até segunda-feira (1º) foram confirmados 38 casos da doença, entre eles uma mulher; outros 97 estão sob investigação.

O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen) começou a realizar os testes para detectar o vírus da varíola dos macacos nesta segunda-feira (1º). De acordo com a Secretaria de Saúde, os primeiros resultados saíram no mesmo dia.



Conforme a pasta, o Lacen-DF tem capacidade de realizar 96 exames por semana. Até segunda-feira, quando foi divulgado o boletim semanal sobre a doença, os números do DF eram:

  • Casos confirmados: 38
  • Casos sob investigação: 97
  • Casos descartados: 12

Dos pacientes que tiveram confirmação da doença, são 37 homens e uma mulher, com idade entre 20 e 59 anos. As regiões com maior ocorrência, até o momento, são Plano Piloto, Guará e Águas Claras.

A transmissão comunitária também foi confirmada no DF. Ou seja, não é possível rastrear a origem da infecção e o vírus já circula entre as pessoas, independentemente de viagem para o exterior.

Primeira morte no Brasil

Na sexta-feira (29), o Ministério da Saúde confirmou a primeira porte por varíola dos macacos no Brasil. O paciente, um homem de 41 anos com graves problemas de imunidade, estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta-feira (28).

Nos últimos tempos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da varíola dos macacos foi de cerca de 3% a 6%. Para a varíola humana, esse percentual chegava a 30%.

A doença ainda não tem uma vacina específica, mas três vacinas já existentes contra a varíola humana podem ser usadas para proteger contra a varíola dos macacos. Alguns países já estão aplicando uma delas, mas ainda não há previsão de chegada no Brasil.



O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada. Os sintomas iniciais mais comuns são:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Dor nas costas
  • Gânglios (linfonodos) inchados
  • Calafrios
  • Exaustão

A transmissão pode ocorrer pelas seguintes formas:

  • Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
  • De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
  • Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
  • Da mãe para o feto através da placenta;
  • Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
  • Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.