Reabertura da Sala Martins Pena emociona público brasiliense

O espaço está na memória afetiva dos frequentadores, que destacam a importância da volta do complexo cultural, que ficou fechado por mais de dez anos

Símbolo da cultura e do turismo do Distrito Federal, o Teatro Nacional Claudio Santoro está na memória de muitos brasilienses. Entre 1966 – quando o complexo cultural foi inaugurado – e 2014 – quando o espaço foi interditado –, foram quase 50 anos de diferentes histórias vividas no prédio de 50 mil metros quadrados no centro da capital federal.

Depois de um apagão de mais de dez anos durante o fechamento do teatro por descumprir normas de segurança, combate a incêndio e acessibilidade, a reinauguração da Sala Martins Pena – que passou pelo processo de restauro e adequação às diretrizes atuais – representa a oportunidade de construção de uma nova série de lembranças para os antigos e futuros frequentadores, que voltarão a poder frequentar o equipamento cultural do GDF com a reabertura da primeira etapa da ampla reforma do teatro.

Público cativo

A educadora física Sueli Moraes, 59, tem diferentes lembranças no Teatro Nacional. Já participou de apresentações nas salas Villa-Lobos e Martins Pena na época em que integrou grupos de dança da cidade, bem como já assistiu lá a vários shows e espetáculos com o marido e os filhos.

“Eu gostava de ir para ver as figuras interessantes da cidade e ser vista”, recorda. “Ir ao Teatro Nacional era realmente um evento. Tudo ali era muito bonito, diferente e fino. Todas as melhores peças e espetáculos iam para lá. Até quando a gente não conseguia ingresso, a gente ia para o foyer para ver se sobrava algum ou simplesmente só para ver as pessoas. É importante voltarmos a ter arte de qualidade aqui, porque acredito que os artistas estão com saudade desse espaço.”

O marido dela, o escritor e advogado Marco Desidério, 58, também tem boas lembranças do teatro: “Fiz algumas apresentações na adolescência quando eu fazia parte de projetos teatrais, como a peça O Voo dos Pássaros Selvagens, na Sala Martins Pena, mas também fui muitas vezes como público. A gente chegava lá e eram filas e filas de carros. Era muito chique e tinha uma efervescência por causa dos projetos da Fundação Cultural. Esperamos que volte a ser assim de novo”.