Onda de furto de faróis de carros chega ao Brasil e afeta até famosos

Relatos de furto de faróis de carros de luxo têm aparecido com frequência nas redes sociais, evidenciando um problema que afeta desde anônimos até famosos.

Basta fazer uma rápida pesquisa na internet para se deparar com fotos e vídeos de veículos sem os respectivos faróis e carros da marca alemã parecem ser o alvo preferido dos criminosos.

Um dos flagras, captado por câmera de segurança, mostra uma dupla de ladrões levando em poucos segundos o equipamento de outro Porsche – aparentemente, uma chave de fenda é a única ferramenta da qual eles precisam para levar os faróis.

O ator e empresário Felipe Titto já foi vítima: um dos faróis do seu Porsche 911 foi danificado durante tentativa de furto enquanto permanecia estacionado na rua.

Há cerca de um ano, o rapper Salvador da Rima também publicou desabafo nas stories do Instagram, contando aos fãs que seu Porsche Cayenne teve os dois faróis furtados após ficar estacionado durante apenas alguns minutos em uma via pública da capital paulista.

Fazendo-se passar por cliente, solicitamos orçamento do farol esquerdo de um Porsche Cayenne V6 2019.

“Foi furto ou batida?”, questionou prontamente o funcionário, evidenciando que esse problema tem sido frequente entre clientes da marca.

Segundo ele, a instalação da peça geralmente é custeada pela seguradora – ou seja, esse tipo de sinistro costuma ser coberto pela apólice contratada por donos de Porsche. O item, acrescenta, é levado após a quebra de uma trava que o conecta à carroceria.

O preço do farol deixa clara a razão pela qual ele é tão visado: o esquerdo, do modelo citado acima, sai aproximadamente por R$ 48 mil.

O prejuízo pode ficar ainda maior se o chicote tiver sido danificado, pois o componente custa cerca de R$ 3.000 – vale destacar que esses valores não incluem a mão de obra.

Maconha

Os faróis de Porsche e de outros automóveis luxuosos são caros assim devido ao elevado índice de tecnologia embarcada, que pode incluir recursos como luz alta automática, fachos direcionais e até a presença de raios laser – em geral, o item traz iluminação por LEDs.

A verdade é que os “olhos” que os carros utilizam sob pouca luz trazem cada vez mais recursos de segurança e automação, tudo concentrado em um equipamento relativamente compacto, que pode ficar exposto à ação de criminosos.

Evidentemente, o problema não está restrito ao Brasil e também acontece em outros países – nem sempre devido ao alto custo do componente.

Há uma década, a cidade de Amsterdam, na Holanda, registrou uma disparada nos casos de furto de faróis de Porsche Cayenne e Panamera.

De acordo com o “The Guardian”, naquele ano, cerca de 35 pares de faróis desses modelos foram subtraídos no intervalo de poucos meses na capital holandesa.

Segundo blogs aventaram na época, a peça estaria na mira de plantadores de maconha, interessados na alta potência e no baixo consumo energético das lâmpadas de xenônio que equipavam os carros de Stuttgart há uma década.

Especialistas disseram ao “Guardian” que os faróis de Porsche eram ideais para acelerar e maximizar a colheita em locais fechados, levando em conta que as luzes costumeiramente usadas nesse tipo de cultivo eram bastante caras.