Intelectual e militante política, Maria Francisca lecionou sociologia e deixou um legado na academia e na luta social
Faleceu, aos 77 anos, a professora titular aposentada da Universidade de Brasília (UnB), Maria Francisca Pinheiro Coelho. Conhecida como Loura, a docente morreu no Hospital Santa Lúcia, na Asa Norte, devido a falência múltipla de órgãos após uma cirurgia no pé.
O velório ocorrerá na Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) e na Secretaria de Gestão Patrimonial da universidade. O sepultamento será no Cemitério Campo da Esperança, mas a família ainda não divulgou os horários das cerimônias.
Trajetória Acadêmica e Militância Política
Nascida em Jaguaribe (CE), em dezembro de 1947, Maria Francisca se formou em Ciências Sociais pela Universidade do Ceará, em 1974. Posteriormente, fez mestrado e doutorado na UnB, onde construiu uma carreira acadêmica marcada por pesquisas e reflexões sobre política e sociedade.
Além de seu trabalho como professora, Loura foi uma militante ativa, sendo uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT), tanto no âmbito nacional quanto no Distrito Federal. Entre 1998 e 2000, presidiu a Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), atuando em defesa dos direitos da categoria.
Legado e Produção Intelectual
Maria Francisca deixa um importante acervo de produções acadêmicas e literárias. Entre suas principais obras estão a biografia “José Genoíno: Escolhas Políticas”, além de “Política, Ciência e Cultura em Max Weber”, “Políticas Sociais para o Desenvolvimento” (pela UNESCO), “A Esfera da Política” e “O Público-privado na Educação”.
A professora deixa dois filhos, Francisco, fruto do relacionamento com o antropólogo Terri Aquino, e Thiago, filho do jornalista Paulo Fona. Também era avó de Raian e Melinda.
Sua partida representa uma grande perda para a academia e para os movimentos sociais, mas seu legado segue vivo por meio de suas contribuições à educação e à política no Brasil.