Na Semana Mundial do Brincar, escolas investem em diversões clássicas para estimular estudantes; currículo da rede pública traz a recreação como eixo estrutural da prática pedagógica
Não teve para ninguém na corrida de saco e no futebol de pano. No Centro de Educação Infantil (CEI) do Riacho Fundo II, a campeã absoluta nas modalidades foi Ayra Isabella de Jesus, 4 anos. “Sabia que eu sou muito boa nessas brincadeiras?”, pergunta a menina, já com a resposta na ponta da língua: “Sou sim. É que brincar é muito importante para as crianças. E ter saúde também”.
“Brincar é um hábito a ser cultivado. Se não praticar, isso se perde”Marcelo Santos da Silva, diretor do CEI do Riacho Fundo II
Ayra não sabe, mas a Semana Mundial do Brincar está sendo comemorada em todos os centros de educação infantil do Distrito Federal. A campanha é promovida em vários países para sensibilizar pais, mães, cuidadores e sociedade sobre a importância das brincadeiras na primeira infância.
“Algumas pessoas acham que brincar é algo muito natural, que não precisa de incentivo”, comenta o diretor do CEI de Riacho Fundo II, Marcelo Santos da Silva. “Na verdade, brincar é um hábito a ser cultivado. Se não praticar, isso se perde.”
Marcelo conta que a escola recebe 704 alunos de 4 e 5 anos, além de atender 60 crianças da educação precoce – meninos e meninas de até 3 anos que têm algum tipo de deficiência cognitiva ou física. “A brincadeira ajuda a estimular todas as crianças, deficientes ou não”, avalia. “Percebemos a alegria nos olhos delas, é bonito de se ver.”
Brincar é coisa séria em toda a rede de ensino do DF. Segundo a gerente de Atenção às Unidades Públicas da Secretaria de Educação (SEE), Ione da Costa Melo Silva, o currículo da educação infantil traz a brincadeira como eixo estruturante da prática pedagógica.
“A brincadeira permite que as crianças estabeleçam relações, vivenciem regras e se desenvolvam integralmente”, resume Ione. “Por isso, trabalhamos intensamente para que o brincar permeie o cotidiano escolar.”