Genivaldo foi mantido em porta-malas de viatura com gás usado pelos policiais e parentes tentaram alertar sobre gravidade da abordagem
Um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvido na ocorrência que culminou com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, disse que a vítima estava “melhor do que a gente aí dentro”, em referência ao porta-malas da viatura, segundo uma testemunha. Imagens mostraram o momento em que os policiais colocam o homem dentro do veículo e jogam uma bomba de gás (provavelmente lacrimogêneo) para tentar contê-lo. Genivaldo morreu após ser socorrido em um hospital da região.
Walison de Jesus Santos, de 28 anos, assistiu aos últimos momentos de vida do tio Genivaldo após a abordagem da Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba, interior de Sergipe, na quarta-feira, 25, por volta das 11h50. Quando Genivaldo foi parado pelos agentes na BR-101, ele estava a dez metros do local da ocorrência, em uma loja de produtos hidráulico.
O sobrinho contou que pediu para um colega de trabalho avisar aos policiais que o tio era esquizofrênico. “Assim que eu falei com o policial, ele pediu reforço com o microfonezinho que estava preso no colete dele e chegou uma moto e mais uma viatura. Aí foi na hora que começou a sessão de tortura”, disse.
O parente questionou os agentes sobre o que teria motivado a abordagem, mas não teve resposta. Segundo ele, o tio foi atingido por spray de pimenta, teve as pernas chutadas e recebeu pisadas na cabeça. “Colocaram ele na viatura com a mão para trás. Ele mede mais ou menos dois metros e as pernas dele ficaram para o lado de fora. O policial pegou a tampa da mala e bateu na perna dele, que ficou para o lado de fora.”
Veja imagens do caso. Atenção: a gravação contém cenas fortes