Como têm se comportado os marketplaces com o programa de isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50

Segundo CEO da Magis5, carga tributária de mais de 100% sobre o varejo nacional pode significar pressão para que as compras externas sejam taxadas

O Remessa Conforme, programa do Ministério da Fazenda para regulamentar o setor de compras estrangeiras on-line, tem recebido a adesão de gigantes como Amazon, AliExpress, Shein, Shopee e Mercado Livre. A isenção de Imposto de Importação nas compras até US$50, garantida para empresas que aderiram ao programa, poderá não ser mantida por muito tempo.

“O programa significou um passo importante para evitar sonegação e manobras, escapar da taxação, além de trazer mais segurança ao consumidor. No entanto, a carga tributária incidente sobre o comércio nacional é muita pesada, o que prejudica a competitividade dos empreendedores brasileiros e tem gerado pressão destes”, avalia o CEO da Magis5, Claudio Dias. A Magis5 é uma startup que possui uma ferramenta que auxilia e-commerces a se integrar a marketplaces e a melhorar sua operação e gestão.

“O trabalho mostrou que a carga tributária sobre o comércio brasileiro é o dobro daquela estimada. Falava-se em 50%, mas, na verdade, a carga efetiva é de 109,9%”, destaca o CEO da Magis5. Segundo o especialista, existe a possibilidade de que seja criada uma taxação, no lugar da atual isenção de imposto de importação.

Claudio Dias, CEO da Magis5

COMO OS SITES TÊM SE ADAPTADO

Claudio Dias observa que, desde o início da vigência do Remessa Conforme (1º de agosto), a comunicação entre as grandes plataformas de venda on-line e consumidores foi aprimorada. Além do valor da compra, são discriminadas outras informações como valor de imposto a pagar (se for o caso, ou seja, se a compra ultrapassar US$ 50), bem como, a opção de pagamento do imposto. “Isso tem evitado dissabores aos clientes, como ter de pagar multas, por exemplo”, ilustra o CEO da Magis5, que possui entre os marketplaces integrados justamente grandes marcas nacionais e estrangeiras.

De acordo com a Receita Federal, as empresas que aderiram ao programa representam 67% do volume de remessas enviadas ao Brasil entre janeiro e julho. O Remessa Conforme fixa tratamento aduaneiro “mais célere e econômico para empresas de comércio eletrônico”, conforme destaca o Ministério da Fazenda.

O programa é voltado às grandes plataformas de venda digital, com intuito de proporcionar governança mais efetiva sobre esse setor. A adesão, porém, é voluntária. “Mas o que estamos constatando é que as plataformas estão se movimentando, optando por aderir sim ao programa”, assinala Claudio Dias.

MAIS INFORMAÇÕES

• As plataformas que já aderiram ao Remessa Controle: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/remessas-postal-e-expressa/empresas-certificadas-no-programa-remessa-conforme
• Sobre a Magis5: https://magis5.com.br/