Plano piloto e regiões administrativas
O Distrito Federal é dividido em RAs (Regiões Administrativas). O governo é chefiado pelo Governador do Distrito Federal, auxiliado pela Câmara Legislativa composta por 24 deputados distritais. No Congresso, o Distrito Federal é representado por 3 senadores e 8 deputados federais. Para cada região administrativa é nomeado um administrador. Essas regiões administrativas são formadas pela área urbana e pela da zona rural de cada uma delas.
O Distrito Federal é formado pelo Plano Piloto, que engloba as asas sul e norte. As regiões centrais que formam a cidade de Brasília são a do lago sul, lago norte, setor sudoeste, octogonal, cruzeiro velho e cruzeiro novo. Um pouco mais distante das áreas centrais, ficam as demais regiões administrativas (antigamente chamadas de “cidades satélites”), que são cidades de pequeno e médio portes, localizadas a uma distância variável entre de 6 e 25 km do Plano Piloto. São elas: Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Ceilândia, Guará, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II e Candangolândia. Essas cidades satélites possuem administração própria, sob coordenação do Governador do Distrito Federal e da SUCAR – Secretaria de Estado de Coordenação das Administrações Regionais.
Os órgãos do governo federal, embaixadas, residências oficiais e prédios públicos federais, estão localizados no Plano Piloto, nas asas sul, norte e no lago sul, em sua grande maioria. Brasília (Plano Piloto) é dividida em áreas para facilitar a concentração de empresas de um mesmo segmento, tais como: Setor Bancário, Setor Comercial, Setor Hospitalar, Setor de Diversões, Setor de Autarquias, Setor de Clubes, Setor de Embaixadas, áreas residenciais, comerciais locais, dentre outras.
As ruas e avenidas em geral são largas, bem conservadas e o tráfego flui tranquilo apesar da cidade possuir a terceira maior frota de veículos dentre todas cidades brasileiras. As principais são o Eixo Monumental (divide as asas sul e norte e onde se localizam os Ministérios, Congresso Nacional e diversos órgãos do governo local e federal), Eixo Rodoviário (pista central de alta velocidade, e os eixos paralelos de menor velocidade, que atravessam a asa sul e asa norte de uma ponta a outra), a W-3 (W de oeste em inglês, “west” – avenida comercial com muitas lojas, sinais e trânsito complicado e atravessam também as asas sul e norte por completo) e a L-2 (L de leste, que atravessa a asa sul e norte na região leste, onde se concentram escolas, entidades diversas, igrejas, hospitais, etc).
RAs – Regiões Administrativas
Ra-I – Região Metropolitana de Brasília A área da Região Metropolitana de Brasília acha-se “limitada pela Estrada Parque Contorno – EPCT, que segue aproximadamente a linha do divisor de águas da bacia hidrográfica do Rio Paranoá, incluída a referida EPCT e sua faixa de domínio”.
Nessa área estão localizados os setores residencial, oficial, comercial, bancário e outros previstos no Plano-Piloto, e os setores Militar Urbano, Residencial Econômico Sul (conhecido como Cruzeiro Velho e Novo), Residencial Industria e Abastecimento (Guará I e II) e o Núcleo Bandeirante. Os dois últimos contam com administradores regionais.
Núcleo Bandeirante Na Região Metropolitana de Brasília, merece destaque, pela sua importância histórica, o Núcleo Bandeirante, também conhecido como “Cidade Livre”. Fundado em 1956, pelo Presidente da NOVACAP I, destinava-se unicamente a servir de ponto de apoio para a construção de Brasília, acolhendo o pessoal necessário ao empreendimento. Os lotes eram cedidos aos interessados em regime de comodato, por apenas quatro anos, e as casas de negócios não pagavam impostos, podendo funcionar livremente, sem limitação de horário. O crescimento inicial foi espantoso.
A Cidade Livre, “cidade-dormitorio dos candangos” que construíram Brasília dia e noite, em pouco tempo possuía hotéis, agências bancárias e de companhias de aviação, inúmeras casas de madeira e grande quantidade de estabelecimentos comerciais. Impôs sua própria sobrevivência, tornando-se unidade orçamentaria através da Lei n° 4.020, de 21 de dezembro de 1961. Esta incluída na Região Metropolitana de Brasília por força da Lei 4.545, de 10 de dezembro de 1964, e Decreto n.° 488, de 08 de fevereiro de 1966, que Ihe fixou os limites.
Vem sendo urbanizado com a substituição gradativa das construções de madeira por alvenaria, respeitando o plano urbanístico.
Guará Também incluído na Região Administrativa de Brasília, o “Setor Residencial Indústria e Abastecimento”, é popularmente conhecido como Guará I e Guará II, em virtude das duas etapas de sua construção. No Guará temos como destaque a Feira Permanente e o Centro Administrativo, Vivencial e Esportivo.
Ra-II – Gama A Lei n ° 3.751, de 13 de abril de 1960, previu a criação de cidades-satélites como solução para abrigar o excedente populacional. A 12 de outubro de 1960, foi inaugurada a cidade-satélite do Gama, em terras das antigas fazendas de Alagado, Ponte Alta, Ipê e do Gama, que originou o nome da cidade.
Oriundas da barragem do Paranoá, em maio de 1960, chegaram 30 famílias, as primeiras dentre as transferidas dos núcleos populacionais pioneiros. A área urbana tem aproximadamente 19,57 km². O projeto inicial da cidade, desenvolvido pelo arquiteto Paulo Hungria, divide a cidade em 5 setores: Norte, Sul, Leste, Oeste e Central. A forma hexagonal, semelhante a uma colméia, foi modificada em virtude da transferência de diversos núcleos populacionais para a área.
Ra-III – Taguatinga Fundada em 5 de junho de 1958, Taguatinga foi a primeira cidade-satélite oficialmente criada. Destinava-se a eliminar os aglomerados humanos, que se vinham formando na área urbana de Brasília. Além disso havia a necessidade de acolher a população que se retirava da Vila Amauri, núcleo operário situado na área ocupada pelas águas do lago, que estava em formação.
Localizada a oeste de Brasília, a Região Administrativa de Taguatinga tem área de 442,90 km², e é cortada pelo Ribeirão Taguatinga. Divide-se em 3 setores: o comercial, compreendendo a Avenida Central com sua praça, a quadra comercial, sede dos serviços administrativos regionais, agências bancárias, estabelecimentos comerciais, cinemas, hotéis e escritórios; e os setores Norte e Sul, de um e de outro lado da Avenida Central.
Esses dois setores são formados por quadras residenciais, comerciais e industriais, ao longo das quais se desenvolve outra avenida, a Comercial. No Setor Norte de Taguatinga, encontra-se o núcleo habitacional denominado Ceilândia, com área de 25 km².
Ceilândia Fundada em 1971, foi construída para erradicar as “invasões” (favelas) existentes na área urbana de Brasília, principalmente as chamadas “Vila do IAPI” e “Vila Tenório”. Sua denominação origina-se da sigla CEI – campanha de Erradicação das Invasões. Esta localizada na parte norte de Taguatinga a cerca de 30 km do Plano Piloto. Apesar de estar inserida na RA III, possui administração local.
Ra-IV – Brazlândia O Povoado se originou em 1932, com o nome de “Povoado da Chapadinha”, pertencente ao município de Luziânia (antiga Santa Luzia de Goiás).Em homenagem a família mais antiga da região, a de João Braz Queirós, os moradores propuseram a mudança do topônimo para Brazlândia (com Z), o que foi efetuado em Abril de 1932.
Ra-V – Sobradinho A Cidade de Sobradinho foi inaugurada oficialmente a 13 de maio de 1960. Seu planejamento urbanístico foi feito pela NOVACAP, surgido da necessidade de se alojar definitivamente as familiar procedentes do norte e do Nordeste. Pela localização a 22 km de Brasília, pelo traçado e crescimento ordenado, Sobradinho tornou-se local residencial.
Ra-Vl – Planaltina Situada a 40 km de Brasília, Planaltina e a antiga sede do município do mesmo nome. Não existem registros da data da fundação do povoado de Mestre D’Armas, do qual se originou Planaltina. A instalação ocorreu a 28 de fevereiro de 1892. Em 1910, passou a denominar-se Altamira, topônimo que conservou ate 1917, ano em que recebeu o nome de Planaltina. Esta estreitamente vinculada a história da interiorização da Capital.
Em 1892, hospedou a Comissão Cruls que recebeu a incumbência de estudar a região onde seria instalada a futura Capital da República. Em fins de 1894, o famoso Relatório Cruls sugeriu e demarcou a área destinada a futura capital , onde se destacava a vila de Mestre D’Armas. A assinatura pelo Presidente Epitácio Pessoa do decreto que determinou a “Mudança da Capital Federal para o Planalto Goiano, e a inauguração, a 7 de setembro de 1922, da “Pedra Fundamental da Nova Capital da República”, no morro do Centenário, nas proximidades de Planaltina.
Esses acontecimentos trouxeram a cidade um surto de progresso que duraria até 1930. Surgiram, então, vários loteamentos. A luz elétrica foi instalada, o comércio expandiu-se e desenvolveram-se industrias de beneficiamento de couro, arroz e café, além de outros estabelecimentos fabris.
A Lei n° 131, de 22 de novembro de 1958, não só autorizou a Assembléia Legislativa do Estado a anexar a Planaltina a área dos municípios de Luziânia e Formosa, localizados no perímetro destinado ao futuro Distrito Federal, como a promover o desmembramento do território municipal, situado ao sul do paralelo de 15°30S, para composição do novo Distrito Federal.
Ra-VII – Paranoá A área é destinada para atividades agrícolas e não possui sede administrativa.