Casa Branca defende sanção ao Brasil e ameaça uso de poder militar por ‘liberdade de expressão’

Porta-voz Karoline Leavitt reforça posição do governo Trump no mesmo dia em que STF julga Bolsonaro por tentativa de golpe

Casa Branca voltou a subir o tom contra o Brasil nesta terça-feira (9). Em entrevista coletiva, a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o presidente Donald Trump não teme utilizar o poder econômico e até mesmo o poder militar para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.

A declaração foi feita no mesmo dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Sanções e tarifas contra o Brasil

Leavitt foi questionada sobre a possibilidade de antecipar novas punições ao Brasil e reforçou a postura dura de Washington:

Liberdade de expressão é o tema mais importante de nosso tempo. É por isso que tomamos ações significativas em relação ao Brasil, na forma de sanções e tarifas, para garantir que países ao redor do mundo não punam seus cidadãos dessa forma.”

Apoio a Alexandre de Moraes gera atrito

Mais cedo, a Embaixada dos EUA no Brasil republicou uma mensagem do subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, reafirmando as sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes.

“Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, dizia o comunicado.

O texto também vinculou a posição americana às celebrações do 7 de setembro, ressaltando:

“Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça.”

Tensões em meio ao julgamento de Bolsonaro

A fala da Casa Branca ocorre em um momento sensível, quando Alexandre de Moraes, relator do processo, apresentou voto apontando Bolsonaro como líder de organização criminosa que usou estruturas do Estado – como a Abin e a PRF– em plano golpista.

O posicionamento americano amplia a tensão diplomática entre Brasília e Washington, em meio a um julgamento histórico que pode mudar os rumos da política brasileira.