Capital federal supera média nacional no Índice de Progresso Social 2025 e se destaca por infraestrutura urbana, acesso a direitos e políticas públicas consistentes
O Distrito Federal tem, oficialmente, a melhor qualidade de vida do Brasil. É o que aponta o Índice de Progresso Social (IPS) 2025, que avaliou todos os 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores sociais e ambientais. Com nota 69,04, Brasília figura entre as cinco capitais com melhor desempenho nacional — bem acima da média brasileira de 61,96 pontos.
O levantamento analisa três grandes dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. A capital federal se destacou em todos esses pilares, especialmente nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e segurança, consolidando-se como um modelo de desenvolvimento urbano com foco em qualidade de vida.
“Capitais como Brasília tendem a apresentar indicadores mais altos pela concentração de serviços essenciais, mas o diferencial do DF está na continuidade de políticas públicas bem estruturadas”, explica Melissa Wilm, coordenadora do IPS Brasil.
🔍 Destaques do IPS 2025
Além de Brasília, as capitais com as melhores pontuações são:
- Curitiba (PR): 69,89
- Campo Grande (MS): 69,63
- São Paulo (SP): 68,88
- Belo Horizonte (MG): 68,22
No recorte por dimensão, a melhor média nacional foi em “necessidades humanas básicas” (74,79 pontos), que inclui acesso à moradia, saneamento, eletricidade e segurança alimentar. Já a dimensão “oportunidades”, que engloba inclusão social, educação superior e liberdades individuais, registrou o pior desempenho nacional, com apenas 46,07 pontos, sinalizando o desafio de garantir acesso equitativo a direitos em todo o território.
📊 Por que Brasília se destaca?
Brasília combina planejamento urbano estratégico, alto índice de cobertura em saúde e educação, além de baixos níveis de desigualdade em relação a outras regiões do país.
Segundo os organizadores do IPS, o bom desempenho da capital reflete a presença de políticas públicas integradas, boa gestão territorial e acesso ampliado a direitos básicos.
Além disso, o DF tem conseguido avanços importantes em temas como mobilidade urbana, acesso digital, habitação e serviços públicos, que aparecem como diferenciais competitivos na composição do índice.
⚠️ Desigualdades estruturais ainda desafiam o país
O IPS também mostra que o progresso social no Brasil avança de forma desigual e fragmentada. Municípios com PIBs semelhantes podem apresentar realidades sociais extremamente distintas.
O pesquisador Beto Veríssimo, um dos responsáveis pelo estudo, alerta que a segurança pública ainda é o principal gargalo, comprometendo o avanço em diversas regiões, mesmo com melhorias em infraestrutura básica.
Outro ponto de atenção foi a dimensão “oportunidades”, que revela entraves estruturais na educação superior, na inserção produtiva e na inclusão de grupos vulneráveis.
🧠 Novos indicadores: olhar mais profundo sobre a realidade social
Este ano, o IPS Brasil incorporou cinco novos indicadores:
- Consumo de alimentos ultraprocessados
- Resposta a processos familiares
- Famílias em situação de rua
- Índice de vulnerabilidade familiar
- Resposta ao benefício previdenciário
A adição desses dados fortalece o caráter multidimensional do índice e permite um diagnóstico mais realista sobre os desafios sociais do país, além de orientar gestores públicos em suas políticas locais.
✅ O que o IPS representa?
Realizado por uma coalizão formada por Imazon, Fundação Avina, Amazônia 2030 e o Centro de Empreendedorismo da Amazônia, o IPS Brasil utiliza uma metodologia reconhecida internacionalmente, combinando bases consolidadas como DataSUS, CadÚnico, Anatel e MapBiomas.
Para os especialistas, o índice é mais do que um ranking — é um instrumento estratégico para a formulação de políticas públicas eficientes, baseadas em dados reais, atualizados e integrados.