A dura escalada

Maria Costa tem pela frente a missão de representar uma das forças públicas mais prestigiadas de Brasília, a PMDF, e ainda superar-se a cada dia

“Hoje, graças a minha luta diária, eu consegui mostrar que a mulher poderia estar aonde ela quisesse estar na polícia – não apenas onde era permitido”, argumenta Maria Costa, atual presidente da Cabe (Caixa de Benefícios da PMDF), um dos grandes nomes da Polícia Militar brasiliense e responsável por exercer o ofício com convicção.

Maria Costa entrou para a PM no início dos anos 80, mais precisamente em 1983, quando a presença feminina na polícia era incipiente. Na época, das 84 vagas na primeira turma da polícia, ela passou na 19ª. Um feito para o período. “Fiz parte da primeira turma de mulheres da Polícia Militar”. Algo até então inédito. E ela emenda… 

“Do início da carreira até aqui eu venci muitos obstáculos. A mulher é muito cobrada, ela não pode errar em nada. E sem errar, fui a primeira mulher como guarda-bandeira (apenas homens eram guarda-bandeira) e ainda quebrei alguns estigmas. Por exemplo: a mulher poderia ir apenas até capitão, não a coronel. Foi uma escalada. Fiz academia em Minas Gerais, fui evoluindo, fui Praça da Polícia Militar e cheguei ao posto de Coronel fechada”, diz Costa.  

E de escalada Maria Costa entende. Veio do estado do Maranhão, morou de favor na Capital e trabalhou no açougue do tio. Ela desistiu ou esmoreceu? “Jamais desistiria. Minha vida foi definida por luta e força de vontade, ontem, hoje e sempre”.

Na luta 

Com uma celebrada carreira como oficial de polícia, ela não se deu por satisfeita e foi lutar institucionalmente por seus pares policiais, desta vez pela Cabe – caixa de benefícios da polícia militar que existe desde os idos de 1903. Como presidente da prestigiada instituição desde 2016, a coronel se embrenhou em uma missão para resgatar a imagem e o vigor da mesma. Como? Com estratégia e luta. 

 “Foi uma luta e continua a ser até hoje, mas eu estou trabalhando por algo que eu amo. E eu amo a Polícia Militar. Esse amor e luta se reflete em benefícios para mais de 12 mil associados e 40 mil pessoas atendidas pela Cabe”, diz.  Benefícios diversos, assistência jurídica, restaurante, salões, farmácia, descontos em supermercados atacadões, estande de tiro que une agentes da ativa e da reserva foram alguns dos resultados obtidos pela Coronel. 

“E não para por aí. Ainda estamos movimentando a instituição rumo ao que é melhor para os associados e seus familiares”, diz Maria Costa. E ela continua: “Eu sempre acredito que é possível fazer a diferença na vida das pessoas quando você tem compromisso. Hoje nós estamos aqui ajudando muitas famílias da Polícia Militar. As famílias precisam de acolhimento, elas precisam de apoio e a PM não comporta  todo esse trabalho. O papel aqui é cobrir essas lacunas, ajudar a melhorar a condição dos associados e melhorar a vida das pessoas”, completa.