Entre 2 de janeiro e 28 de agosto DF teve 61.597 registros da doença. Capital Federal está há 116 dias sem chuva; infectologista diz que aedes aegypti ‘se adaptou’ à seca.
Brasília é a cidade brasileira com mais casos prováveis de dengue, segundo o boletim do Ministério da Saúde. Mesmo em período de seca – não chove há 116 dias no Distrito Federal – o mosquito aedes aegypti se adaptou à estiagem, diz infectologista (veja mais abaixo).
Entre 2 de janeiro e 28 de agosto, o Distrito Federal teve 61.597 registros de dengue. Foram 12.963 ocorrências a mais que a segunda colocada, Goiânia (GO), que teve 48.634 casos prováveis da doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
Depois, aparecem Joinville (SC), com 23.293 e Araraquara (SP) que soma 20.777 registros (veja tabela abaixo). Ao todo, no Brasil, foram 1.329.488 casos entre janeiro e agosto.
Aedes aegipty se adaptou à seca no DF, diz infectologista
Normalmente, a dengue se prolifera no período chuvoso, mas os números continuam aumentando no Distrito Federal que completou 116 dias sem chuva nesta quarta-feira (31). O infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia no DF, David Urbaéz, explica que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti se adaptou à estiagem.
“Inúmeros lugares onde fica água, como bocas de lobo, ralos, calhas, lajes, na junta da laje com a parede, quando lava a garagem, são condições que podem juntar água. O mosquito já se adaptou ao meio urbano”, diz o infectologista.
Outro aspecto destacado pelo médico é a crise econômica. “Há muitas casas com piscina e, com a crise econômica, o aparato de limpeza e manutenção ficou comprometido. Pessoas ficaram sem dinheiro e fica água empoçada”, aponta.
“A dengue é um grande indicador de crise, independentemente de estar seco ou não”, diz David Urbaéz.