CMO da marca no Brasil comenta bastidores do movimento que reposiciona a Jaguar com nova identidade e DNA mais exclusivo
A Jaguar não quer mais competir. Quer inspirar.
A lendária marca britânica de carros de luxo acaba de passar por um rebranding ousado — e, como era de se esperar, a mudança dividiu opiniões e incendiou debates nas redes e entre especialistas em branding.
A nova identidade da Jaguar inclui um logo minimalista e um manifesto em vídeo baseado na filosofia “Copy Nothing”, cunhada por Sir William Lyons, fundador da marca. Mas, como reforça Camila Yu Mateus, Diretora de Marketing da JLR Brasil, o movimento vai muito além da estética. “Trata-se de um reposicionamento inédito, construído desde o nascimento da estratégia Reimagine, há três anos. Estamos falando de uma nova era”, destaca a executiva.
A marca — que integra a JLR ao lado de Range Rover, Defender e Discovery — passa a trilhar um caminho ainda mais exclusivo, com volumes de produção reduzidos, abordagem mais artística e estética modernista.
“A Jaguar tem suas raízes na originalidade. Nosso fundador acreditava que ‘um Jaguar não deveria ser cópia de nada’. A nova Jaguar é criativa, ousada, única e destemida”, afirmou Gerry McGovern OBE, Chief Creative Officer da JLR.
“Reações negativas? São um bom sinal”, dizem especialistas
O novo logo minimalista e a campanha que o acompanhou renderam milhares de comentários nas redes — nem todos favoráveis. Para Galileu Nogueira, especialista em branding e fundador da Galileo Branding, isso é um excelente termômetro: “Se tem reclamação, é sinal de que o reposicionamento chegou. A execução precisa ser coerente, mas o barulho é sinal de impacto.”
Segundo Camila, a transição está sendo cuidadosamente orquestrada, com cada marca da JLR ganhando personalidade própria. “Range Rover, Defender, Discovery e Jaguar estão sendo tratadas como universos independentes. O futuro é segmentado e sensorial”, explica.
Próximo capítulo: Miami
Os detalhes completos da nova fase da Jaguar serão revelados em dezembro, durante a Miami Art Week — reforçando o elo da marca com a arte e o design de vanguarda.
O que está claro, até aqui, é que a Jaguar está abandonando de vez a corrida com rivais como BMW e Audi. Seu novo território? O do luxo conceitual, com carros que se propõem a ser mais obras de arte do que produtos de massa.
A Jaguar deixou de rugir apenas na pista — agora provoca, cutuca e convida a pensar.