Um projeto de lei que será debatido em 2022 na Europa acende o alerta da diplomacia brasileira e grupos dentro do governo alertam que o país vive uma situação “pré-sanções”. No final de 2021, a Comissão Europeia apresentou uma proposta pela qual se criaria um regulamento para impedir o “desmatamento importado”.
Se adotada, a regra irá estabelecer que somente terão acesso ao mercado da UE (União Europeia) produtos importados “que tenham sido produzidos em terrenos no qual não houve desmatamento depois de 31 de dezembro de 2020”.
Negociadores em Brasília passaram a se debruçar sobre o texto, que deve seguir para votação e aprovação ainda neste ano. Um dos aspectos que chamou a atenção é que o projeto não leva em consideração se a produção ocorreu em área desmatada legalmente segundo as normas do país de origem.
De acordo com um levantamento interno do governo, os principais alvos são o óleo de palma e soja. Entre outros produtos sob exame estarão o cacau, café e madeira, bovinos vivos, carnes, couros, carvão vegetal, móveis, construções pré-fabricadas de madeira, papel e cartão.
No total, os bens listados correspondem a mais de US$ 10 bilhões das exportações do Brasil à UE por ano. Ou seja, um terço de tudo que foi exportado na média de 2019 a 2021.